quinta-feira, 31 de julho de 2008

Surf nas Ondas Herméticas

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No espaço aparentemente vazio há um nexo,uma vida eterna, que une tudo quanto existe noUniverso - tanto animado quanto inanimado -uma onda de vida que flui através de tudo o que existe.
Paramahansa Yogananda, Onde Existe Luz.
Não era o Trimegistro*, mas tinha o prefixo. Certa feita foi abordado para entrevista, dessas que jornalistas realizam com populares, mas com direito à foto. Chegara o dia de ver sua imagem estampada em algum papel. Pacientemente respondeu as perguntas, crivadas por flashes e sorrisos. Ao cabo o editor prometeu a sonhada cópia, mas não levou muito a sério. Hermes Tri lhe endereçou a correspondência:
Prezado editor,
Creio ter havido apenas algum lapso, mas permaneço frustrado em minha expectativa de contar com o material no qual emprestei meu tempo, meu nome, meu conhecimento, minha experiência e minha imagem. Urge tentar o reenvio. Enquanto não chega, rogo que seja bastante feliz em suas novas empreitadas, que não encontre nenhuma dificuldade, nem com o fisco, nem com clientes; que não enfrente processos acusatórios, tampouco intempéries ou qualquer tipo de desgraça de saúde, ou mesmo ir à pique seu negócio, por causa de uma pedrinha de gelo qualquer... Isso é coisa de bruxaria, dessa gente que acha que pode se manter equalizado com as forças atômicas da natureza. Feliz Páscoa.
Santo remédio: no outro dia chegou a estampa, via correio-expresso.
* * *
"Eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem", e até o grande Niels Bohr sabia disso:
a porta de sua casa exibia flamante ferradura. Espantados, os colegas "atômicos" lhe interpelaram:
- Niels, não sabíamos que era supersticioso também. Como pode acreditar nesses preconceitos?
- Ora, meus amigos, é claro que não acredito, mas como me disseram que a ferradura dá sorte até para quem nela não acredita, preguei ela aí. Afinal, quem não aprecia usufruir de uma chance a mais?
(A influência de Niels Bohr)
Na verdade Niels não acreditava mesmo, mas sabia que correntes energéticas nos circundam equalizadas, e o distintivo servia para mostrar suas intenções, naturalmente, já na recepção. O que ele não queria era o azar, que sempre anda à espreita. A ferrada espantava o infortúnio. Per se a ameaça do coice indicava meia-volta, volver! Vetar cômodo à desgraça pode se constituir em efetivo golpe de sorte. Alguém discorda?
* * *
A consciência humana está transpondo um limiar tão importante como o que transpôs da Idade Média para a Renascença. O homem está faminto e sedento após tanto trabalho fazendo o levantamento de espaços externos do mundo físico começa a ganhar coragem para perguntar por aquilo que necessita: interligações dinâmicas, sentido de valor individual, oportunidades compartilhadas, efeitos. Nosso relaciona.mento com os símbolos de autoridade do passado está se modificando, porque estamos despertando para nós mesmos como seres, cada qual dotado de governo interior. Propriedades, credenciais e status não são mais intimidativos. Novos símbolos estão surgindo: imagens de unidade. A liberdade canta não só dentro de nós, como em nosso mundo exterior. Sábios e videntes previram esta segunda revolução. O homem não quer se sentir estagnado, o que deseja é ser capaz de mudar.
(Richards, M. C., The Crossing Point, 1973; cit. Ferguson: 57)
O que governa a dinâmica da natureza, inclusive em seu aspecto mais material, na física, não é uma ordem rígida, predeterminada.(A impossibilidade da sincronicidade pelo relógio)
Tampouco uma dialética entre contrários em luta, que leve à síntese, até que se produza uma nova antítese, como na visão marxista rechaçada também pela genética de Monod. Finalmente os terráqueos se atém:
Na verdade, nem o corpúsculo, nem o campo é a coisa fundamental. Ambos, em igual medida, são aspectos da matéria. São as duas formas fundamentais e primárias da matéria como tal. A estrutura da partícula é um reflexo de suas interações.
Telles Jr, Goffredo, O Direito Quântico,
p. 56
Não por acaso já houvera a oportuna advertência:

Einstein insinua que a ciência se deve ocupar, em primeiro lugar, não de noções que, na sua essência, estão marcadas por uma grande carga metafísica, como as de 'força' e 'matéria', mas antes daquilo a que agora chamamos 'intersecções’ no espaço-tempo de linhas do universo.
(Holton: 127)
Elas se desdobram através dessa teia cósmica muito complexa, mas de certo modo delineável:
Assim, descobriu-se recentemente que na natureza tudo está subordinado a uma ordem, até mesmo os fenômenos confusos, sem nexo, totalmente imprevisíveis. Esta ordem ‘superior’ é capaz de explicar eventos aparentemente randômicos - não importa se se trata de bolsa de valores, da mudança na temperatura de nosso planeta, ou da maneira que nós formulamos nossos pensamentos – e que podem ser expressos tanto em fórmulas matemáticas e físicas, quanto em belas imagens (os chamados fractals) disformes, mas com uma atraente irregularidade. Todos esses eventos têm algo em comum: o fato de serem atraídos a certos estados da natureza,
o que lhes dá unidade, se bem que disfarçada. A nova regularidade dos fenômenos deu origem a uma nova ciência, que tem o ‘caos’ como tema central e na qual, um dia, deve se enquadrar a teoria das ondas.

(Witkowski, Bergè: 275)
As relações ondulatórias assinaladas por Einstein, Planck e Heisenberg, tão bem explicitadas por Louis de Broglie, viabiliza, como denominou Rueff, uma filosofia quântica do universo.
Há mais de meio século das geniais indicações dos revolucionários cientistas, Prigogine (cit. Pessis-Pasternak: 39) arrola:
A pesquisa atual se volta para a incorporação de elementos aleatórios em um número cada vez maior. Isso é verdade tanto para a cosmologia de Hawking quanto para o estudo dos insetos sociais que são tão qualificados como Pierre Paul Grassé ou Rèmy Chauvin insistem sobre o papel do aleatório no comportamento social.
A base teórica da notável Marilyn Fergunson se sustenta nas abstrações, no aleatório, nessas "forças ocultas"**. O best-seller Conspiração Aquariana esboça competente ensaio no qual hipóteses e experiências demonstram como a natureza invisível se alia para produzir resultado específico. Capra declama sua novena ecológica lavrada nessa holística. Bobbio constatou a Era dos Direitos, percepções que marcam vários futurologistas. Toffler predisse a Powershift; Naisbitt o Paradoxo Global. Outros apregoam o fim dos empregos, o fim da economia, mas não o fim de tudo: o amor é o símbolo da Era de Aquarius. Como ele não conhece fronteira, portanto direção, é evidente que a evolução não se obtém na dial ética, mas através da simplicidade ética:
Se os seres humanos houvessem de inspirar-se nos exemplos da Natureza,
fazendo deles normas de conduta, a anarquia, a independência, o individualismo
e o princípio do menor esforço passariam a ser os ideais humanos.
(Garbedian, H. G., p. 161)
Não tem escapatória.(Informação e sincronicidade) Viajar contra a maré é promover o suicídio:
Hoje em dia todos nós estamos profundamente cônscios de que o entusiasmo que nossos precursores tinham em relação aos feitos maravilhosos da mecânica newtoniana levou-os a fazer generalizações nesta área de previsibilidade, na qual de modo geral talvez tenhamos tendido a acreditar, antes de 1960, mas que hoje reconhecemos que era falsa. Queremos nos desculpar coletivamente por haver confundido o público instruído em geral, fazendo-os acreditar em idéias sobre o determinismo de sistemas que satisfazem as leis de movimento de Newton, as quais, a partir de 1960, foi provado serem incorretas.
(Cit. Coveney, Peter e Highfield, Roger, p. 242.)
Os efeitos atômicos do Universo a tudo contamina. Nenhum ator do estupendo palco, nem mesmo o principal, pode se despir das prerrogativas. Resta-lhe acatá-las, e mesmo contribuir à espetacular reversão, escrita há muito nas estrêlas, e "recentemente" traduzidas pelo original Hermes.

Aprecie, ainda:
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* Hermes Trismegistus é a tradução em latim do grego Ερμης ο Τρισμεγιστος.
Significa "Hermes, o três vezes grande". Como "escriba e mensageiro dos deuses", no Egito Helenístico, Hermes era tido como o autor de um conjunto de textos sagrados, ditos "herméticos", contendo ensinamentos sobre artes, ciências e religião e filosofia - o Corpus Hermeticum -
As Leis Herméticas formam o conjunto de princípios atribuídos a Hermes Trismegistus
o introdutor da filosofia mundialmente conhecida como Hermetismo
Lei da Correspondência: "O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima."
Lei da Vibração: Nada está parado, tudo se move, tudo vibra."
Lei da Polaridade: "Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados"
Lei do Ritmo: Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação."
Lei do Gênero: "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da criação".
Lei de Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei".
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** Ocultismo (ou Ciências Ocultas) é um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo seria desvendar os segredos da natureza, do Universo e da própria Humanidade. O ocultismo trata de um tipo de conhecimento que está além da esfera do conhecimento empírico, portanto, diz-se improvável; porém, viável, como vimos. Ele não é aceito pela comunidade científica positivista. Positivismo Lógico: a festa da ilusão Taxam-no relacionado aos fenômenos sobrenaturais, ou seja, "conjecturas metafísicas, e teológicas, algumas da quais oriundas de povos da Antigüidade Clássica."
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terça-feira, 29 de julho de 2008

Das vibrações

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No espaço aparentemente vazio há um nexo, uma vida eterna,
que une tudo quanto existe no Universo - tanto animado quanto
inanimado - uma
onda de vida
que flui através de tudo o que existe.
Paramahansa Yogananda, Onde Existe Luz.
Não é necessário maior conhecimento para se conceber
a existência e alguma capacidade de qualquer vibração.
Nas cavernas o homem já se valia do som.
Aliás, trata-se do primeiro ato humano: ao ganhar o sôpro,
ele imediatamente responde, emitindo o estridente chôro.
.
Logo se dá conta do poder, e o repete, amiúde.

As ondas sonoras são as mais conhecidas, quiçá as
mais apreciadas, embora não raras vezes detestáveis.

As mais aprazíveis em geral são musicais. Quem nunca ouviu um Liszt, Mozart, ou Bach, pode ter ouvido uma viola, ou, pelo menos,algum suspiro, seja de dor ou de amor.
The Beatles foram agraciados com a Ordem da Coroa, e aclamados como mais conhecidos do que Jesus. Qual a razão de tamanho galardão? É que pela harmonia das ondas tão magistralmente produzidas ainda podem viajar expressas informações de fé, de esperança, caridade, emoções, solidariedade, mesmo dramaticidades, até de alertas, ou conselhos, mas todas compatíveis com o ser.
Ondas contaminam. Ninguém fica sentado numa Ola.
Recém vimos a coexistência infinita das ondas cerebrais tingindo o EspaçoTempo com cores de todos os matizes. Curiosamente, essas ondas não se entrechocam. Contrariu sensu estaria estabelecida a maior confusão, embora de vez em quando haja tal interesse, e até coberto de algum êxito, porém sempre limitado.
Einstein insinua que a ciência se deve ocupar, em primeiro lugar,
não de noções que, na sua essência, estão marcadas por uma grande
carga metafísica, como as de 'força' e 'matéria', mas antes daquilo a que
agora chamamos 'intersecções’ no espaço-tempo de linhas do universo.
(Holton: 127)
Embora evoluam sobre um caos, em regra ondas tem portos definidos, praias propícias, de modo que todas se respeitam, porque cada qual possui seu ideal:
"O fato de o tempo ser próprio de cada corpo, não uma ordem cósmica única, envolve mudanças nas noções de substância e causa." (Russell, cit. Fadiman: 165)
Nascem independentes, de específicos quadrantes; mas para subsistência, uma ratifica a outra, seja pelo contraste, ou pela combinação:
Existe uma acentuada complementariedade entre a condição de agente individual e as disposições sociais: é importante o reconhecimento simultâneo da centralidade da liberdade individual e da força das influências sociais sobre o grau e o alcance da liberdade individual. Para combater os problemas que enfrentamos, temos que considerar a liberdade individual um compromisso social. Essa é a abordagem básica que este livro procura explorar e examinar. A expansão da liberdade é vista, por essa abordagem, como o principal fim e o principal meio do desenvolvimento. O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição
de agente.
(Sen, 2000:10)

Não há disputa. Não existe receio.:
Pois o chamado ‘fim da história’ nada mais é do que a emancipação da multiplicidade dos horizontes de sentido. Um desses desafios é o de repensar o pensamento científico, libertando-o de sua ganga positivista, de sua mania contábil, a fim de instalar em seu seio a argumentação filosófica capaz de regular as relações do conhecimento científico com as demais modalidades de pensamento e ação. Outro, não menos importante, é o de pensar a modernidade. Porque esta não é um momento datado da história, definindo uma época. É o nome de uma ruptura, de uma crise relativamente à tradição. Estamos diante de uma nova episteme: da indeterminação, da descontinuidade, do deslocamento, do pluralismo (teórico e ético), da proliferação dos projetos e modelos, da ampliação de todas as perspectivas e do tempo da criatividade. (Japiassú:10)
Cada espécie segue sobeja ao destino, que sempre é meio, nunca ponto final. A eternidade não conhece demarcações. Elas podem se cruzar, já vimos, algumas até se autoanulam, mas a rigor não é comum. Talvez pudéssemos compará-las com o encontro dos rios Negro & Solimões; ou como os diversos sons de uma grande orquestra, componentes da magestosa sinfonia à Dança do Universo, como assinala Gleiser.
Tirante o empirismo necessário à navegação marítima, e às magníficas composições musicais, as ondas só despertaram a curiosidade da civilização apenas recentemente. A pesquisa é ainda precária. Primeiro as constatações do eletromagnetismo e da propagação da luz**, quase simultâneos com as averiguações das ondas gravitacionais. Daí ao radar foi apenas uma extensão. Ultrasonografias socorrem a medicina. Microondas são dirigidas.
O homem se acerca da potencialidade energética, mas não se atém à própria energia. Freqüentemente ela é considerada esotérica, ou seja, desprovida de um sentido prático.Tal carência perceptiva elide a tecnologia, malgrado o atual patamar.

Telepatia? Ora, não me venha com truques. Use o telefone, agora o email. Não invente. Pois eu acho que invenções, aliás excelentes, são o telefone e o email, não o poder da mente, concorda?
Mas de que modo poderemos atingir um brilhantismo em nossas ainda opacas capacidades? Este é o grande desafio. Nem tanto para atingir um objetivo, posto incontáveis, mas no telos de usufruir de mais um meio de propagação. Todavia, primeiro é mister atentarmos para o estabelecimento mais propício à interação. Sem plataforma, sem uma Siderall não há lançamento, nem recepção. Na busca e no aperfeiçoamento desta base é que se debatem os místicos, magos, grandes mestres indianos, chineses, tibetanos.
Curiosamente, a civilização ocidental, a maior pregadora do bem superior, foi a primeira a afastar este bem, ao separar o corpo da alma, aquele entendido mundano, e ela, divina, celestial:
Em conseqüência, tanto o platonismo quanto o cristianismo
distanciam os seres humanos do meio que os rodeia.
A natureza e a experiência eram encaradas como o mundo das
modificações perturbadoras, o mundo do erro e do caos.
Para o cristianismo, a dúvida e a incerteza são obra do diabo.
Zohar, D., 2000, p. 188.
Então, elevado à separação, o Bem Superior é considerado externo, longe da compreensão, Supremo Morador e Chefe do Paraíso que nos aguarda, e a religião não se ocupa em mais nada a não ser clamar por clemências, piedades, e compaixões. Maior bobagem não há:
Os acidentes, as doenças, assim como a infelicidade em que está
mergulhada a maior parte da humanidade, tem como gênese o
distanciamento da fonte de energia vital e cósmica.

Gonzalez, Mathias, O caminho cósmico. - Rio de Janeiro: Pallas, 1993.
Religião quer dizer religar. Bobagem também. O Universo é um Mar sem fim, para usar a terminologia do excepcional navegador Amyr Klink. E mesmo sem fim, teima por continuar em expansão, vê se pode! O que não pode é ele ser suscetível de religações, porque nada dele jamais foi desligado. Estamos nele, queiramos ou não. O que podemos, e devemos, é bem aproveitá-lo, isto sim!
Tudo o que nele se fizer, como uma lancha no mar, produzirá suas ondas.
Existem ondas de todos calibres, quadrantes e freqüências. Os carismáticos bem conhecem o macête.Suas vibrações atingem pessoas e objetos de modo concreto. Mas não é mister raro talento. O que você sente, pensa, ou faz, reproduzirá o efeito, e influenciará, de alguma maneira, sua circunstância. Se a tratarmos bem, fatalmente desembocaremos em correntes ascendentes. Caso contrário, arriscamo-nos a girar em redemoinhos, ou até ser tragado por algum buraco-negro, as Bermudas ( ou as Caymans) Cósmicas. Ao deslizarmos pela veia correta, ou pelo menos evitando essas flagrantes antiéticas, entenderemos Lao-Tzé:
"Pela não ação, tudo pode ser feito."
De certo modo o próprio cristianismo, que nada mais é do que um afluente adaptado ao belicismo ocidental, ainda assim soube prescrever a obviedade:

Por que vocês andam ansiosos pelo dia de amanhã? O amanhã não lhes
pertence. Olhai para os lirios dos campos, eles não trabalham,
não fiam nem
tecem, mas nem Salomão em toda a riqueza e sabedoria se vestiu como um
deles. E os pássaros que voam livres no céu? Você vale menos do que um
pássaro?

Infelizmente a maioria é impaciente; outra parte, S.Tomé. Alguns ainda portam bandeiras positivistas. Impingem que só a ordem traz o progresso, e então pelas armas a impõem, para seu exclusivo deleite. Os tipos jamais podem supor a superpotência das microondas.
Os cientistas desconfiaram, e tem produzidos os milagres. Ora entra em cartaz uma nova grande teoria, abrangente, unificadora, a qual seduz um número cada vez maior de investigadores:

A Teoria de Cordas* (ou supercordas) é uma teoria que se propõe a unificar a descricão
das interacões fundamentais. Em particular, acredita-se que ela representa um caminho
para a descrição quântica da interacão gravitacional, possibilitando uma conciliação entre
a Mecânica Quântica e a Relatividade Geral.
Na teoria de cordas as partículas elementares correspondem a diferentes formas de vibracão de cordas que se propagam no espaço. A interação entre partículas corresponde à interação entre cordas.
(Nelson Ricardo de Freitas Braga. -
http://omnis.if.ufrj.br/~braga/cordas.html)
Pegarei uma carona nas ondas dessas supercordas. Com certeza.
_________
Notas
*
O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo. Ela é uma possível solução do problema da gravitação quântica e, adicionalmente à gravitação, ela poderá naturalmente descrever as interações similares ao eletromagnetismo e outras forças da natureza. (Wikipédia)
Convém assinalar, por oportuno, que a Teoria das Cordas é apenas uma pretensão, sobre a qual cientistas não conseguem evoluir, nem para confirmá-la, ou sequer refutá-la. A ciência parece ter chegado ao limite da exatidão pretendida.
* Brian Greene, O Universo elegante.

*Stephen Hawking, O Universo em uma casca de noz.

* http://theory.caltech.edu/people/jhs/strings/

* http://superstringtheory.com/
.
** Bodanis, David, O Universo Eléctrico: A verdadeira e surpreendente história da electricidade.- Lisboa: Gradiva,
2008.

domingo, 27 de julho de 2008

Sobre as ondas



No espaço aparentemente vazio há um nexo, uma vida eterna, que une tudo quanto existe no Universo- tanto animado quanto inanimado -uma onda de vida que flui através de tudo o que existe. Paramahansa Yogananda, Onde Existe Luz.
"Desenhar" um linha ondulada qualquer criança é capaz. Descrevê-la com palavras, entretanto, não é tarefa fácil, mormente se invisíveis, como as gravitacionais. Encontram-se muitas definições, mas em todas há o pressuposto de alguma experiência. Não sei como seria para um cego entendê-la, exceto por enorme recital. Se uma  imagem vale por mil palavras, uma onda bem merece o jargão. Podemos citar algumas, seja do mar, mais corriqueira, ou até aquela que desloca a serpente. Desprovida do mecanicismo de pernas, ela inventou solução serpenteada. Sem braços, inventou o bote, que também imita o movimento da onda, tanto quanto uma mola. As definições indicam que ondas se movimentam através de um meio. Grosso modo, elas podem se evoluir para uma ou até para todas as direções, ao mesmo tempo. No primeiro caso, temos as clássicas ondas do mar; ao segundo, os círculos ocasionados por uma pedra atirada n'água. Não obstante, elas tem expansão regular, e por isso, suscetíveis de algumas medições: freqüência, comprimento de onda, amplitude e período. São efeitos atômicos:
Uma onda periódica é uma perturbação periódica que se move através de um meio. O meio em si não vai a canto nenhum. Os átomos individuais e as moléculas oscilam em torno das suas posições de equilíbrio, mas a posição média delas não se alteram. À medida que elas interagem com os vizinhos, elas transferem parte da sua energia para elas. Por sua vez, os átomos vizinhos transferem energia aos próximos vizinhos, em sequência. Desta maneira, a energia é transportada através do meio, sem haver transporte de qualquer matéria.
C.A. Bertulani
Sendo uma energia que se comunica, pode ser cognominada tal qual difusora de informação; no mínimo, predispõe a existência de um emissor, e a própria direção. Por tudo, sempre causa reação:
A partícula ao se propagar pelo espaço emite um campo que informa esse seu movimento no sentido de um 'abre-alas que eu quero passar' (como se fosse um empurrar a distância). Literalmente falando, ela empurra a distância tudo o que está a sua frente, e certamente receberá uma reação dinâmica conveniente (o que pode até mesmo provocar uma reflexão total)
(Adroaldo Mesquita Filho, Debates 'Ciencialist 2003' a respeito de uma Nova Teoria a propor as bases para o entendimento da Natureza Íntima da Matéria www.ecientificocultural.com/ECC2/Dialogos/-
Ondas cerebrais
Assim, descobriu-se recentemente que na natureza tudo está subordinado a uma ordem, até mesmo os fenômenos confusos, sem nexo, totalmente imprevisíveis. Esta ordem ‘superior’ é capaz de explicar eventos aparentemente randômicos - não importa se se trata de bolsa de valores, da mudança na temperatura de nosso planeta, ou da maneira que nós formulamos nossos pensamentos – e que podem ser expressos tanto em fórmulas matemáticas e físicas, quanto em belas imagens (os chamados fractals) disformes, mas com uma atraente irregularidade. Todos esses eventos têm algo em comum: o fato de serem atraídos a certos estados da natureza, o que lhes dá unidade, se bem que disfarçada. A nova regularidade dos fenômenos deu origem a uma nova ciência, que tem o ‘caos’ como tema central e na qual, um dia, deve se enquadrar a teoria das ondas.
WITKOWSKI, Bergè: 275

A existência desses movimentos já não encontra contestação., O que se discute são as procedências. O jornal americano USAToday.com publicou um artigo com um novo brinquedo revolucionário que utiliza ondas cerebrais para movimentar objetos! O “The Force Trainer” vem com headset. Ele permite ao usuário usar suas ondas cerebrais para mover uma esfera, localizada dentro de um tubo transparente de 25 cm de altura. Igual ao uso da Força por Jedis como Yoda e Luke Skywalker em Star Wars. Claro que é necessário um alto nível de concentração para conseguir mexer a bolinha com a Força da Mente e a base emite efeitos sonoros dos filmes de Star Wars para indicar a passagem de nível de Padawan para Jedi.
O headset é baseado na tecnologia EEG mais comumente usada na medicina e o The Force Trainer deve custar por volta de US$100 no lançamento, ainda sem data confirmada. (www.blogdebrinquedo.com.br/2009/01/08/mova-objetos-com-a-mente)
* * *
A Teoria Quântica estabelece que é impossível determinar o momento e a localização exata do eletron, em sua órbita atômica, por um cruel motivo: ao ser observado, ele imediatamente "acusa o golpe", e altera sua trajetória. Os cientistas costumam dizer que a mente promove o colapso da onda, a partir da definição que a luz, ou a energia emanada, evolui através delas, por partículas. Pois se a mente tem tal capacidade, é uma conseqüência lógica cogitar que ela, ou o ser, mediante a energia pela mente emanada, é capaz de alterar não só sua circunstância mais premente, como até mesmo a mais remota e, por fundamento, as conjeturas que ainda não se fizeram presentes. Trata-se de uma "distribuição randômica de sentimentos".
De modo meio cartesiano, os pesquisadores de plano subdividiram as ondas: a cunhada
Beta dizem ser o consciente, a mente racional. Alfa é a onda que durante muito tempo foi a meta dos meditadores transcendentais. É estado de profundo relaxamento, tentativa de esvaziamento dos sentidos. Quando ativados, eles acionam as ondas teta e delta. Teta seria o repositório do chamado subconsciente, e delta é o radar, a percepção.
Esta divisão, como sói acontecer com todas, é arbitrária, e sem demarcações, por total impossibilidade. A reintegração torna-se o zenith dos iniciados.

A produção das ondas cerebrais é incessante; todavia, os destinos são aleatórios.
Muitos psicólogos e psiquiatras se esforçam para que seus pacientes atinjam certo grau de controle sobre as freqüências, amplitudes e durações. Não são poucos os aparelhos destinados a monitorar as espécies. Tudo, contudo, visa apenas o produtor, não o produto, muito menos o destino:

Começaram a realizar exames de eletroencefalograma em iogues e monges
para ver o que eles produziam. Só que aquilo não era adequado para acompanhar
a variação em tempo real. Com esse aparelho novo, é possível ver em tempo real
o que a pessoa está produzindo, e ele apresenta isso muito claramente.

Leonardo Mascaro, Psicólogo usa aparelho para medir estados de consciência, Folha de S. Paulo,
30/03/2006
Pois os monges e iogues tem como meta o estado que chamam de Zen, ou seja, a tentativa da calmaria total. Deste modo, essas cobaias não são apropriadas. Quiçá os loucos, presumidamente mais agitados, seriam mais suscetíveis à identificação das ondas que suas mentes produzem, além de, naturalmente, mais necessitados.
Nada contra os psicólogos, tampouco contra os psiquiatras, mas sim quanto aos métodos e objetivos. É interessante notar a preocupação em medir os elementos, tão naturais quanto a respiração, ou a pulsação. Aliás ambos também são responsáveis por ondas. Então, qualquer alteração na regularidade ondulatória é motivo para que
médicos logo sejam chamados para regulá-las. A regulação, óbvio, busca a regularidade, o regular. Ou seja, obter-se-á o nível buscado - aquele regular.
Qualquer efeito gravitacional é assinalado por ondas, e o que mais importa são as conseqüências periféricas daí geradas, e não somente o corpo que as produz. Enquanto vivo, ele sempre terá boas razões.
Alguém pode ser mais ou menos carismático justamente pela intensidade de suas ondas gravitacionais, que são expressões, e não anomalias, das personalidades. No caso dos carismáticos, a produção das ondas tem uma finalidade predestinada: ir de encontro, e muitas vezes até despertar, similares de menor expressão, mas não se pode considerar deficiente aquele desprovido do caráter carismático; isso é evidente per se.
Tirante o caminho luminar, para qual outro destino poderia partir tão candente produção? Poderíamos interferir nesses destinos? Teríamos capacidade de interrompê-las em algum instante, pelo menos em alguma direção? E já que, necessariamente, essas ondas serão sentidas por onde passarem, poderemos dotá-las de informação, ou desejos?
A resposta é única para todas: SIM! *
Calma, não descobri a América, mas as ondas de meu grito eu ouço duplamente, em eco, de modo que elas podem me informar que existe algo pela frente. E como retornam até ampliadas, não tenho dúvidas de que um mundo monumental, muito mais amplo do que meu insignificante ponto emissor, espera por mim, e por todos.
É por se acercar deste fantástico mundo que O Segrêdo vem mantendo o mais alto valor no ranking dos best-sellers, embora carente de correta metodologia. Neste Universo, identifico no médico Deepak Chopra PhD** um dos mais notáveis ALLmirantes, um navegar exercido com extraordinária competência e precisão, e através de instrumentos quânticos, não meramente mecânicos.
Como também aprecio o mar, não temo enfrentá-lo com uma mera prancha, na esperança de que as notáveis correntes me conduzam por uma viagem prazeirosa, e per se, proveitosa.
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Aprecie, ainda:
Surf nas Ondas Herméticas
Interatividade com as coisas
À sincronicidade entre o indivíduo e a sociedade
Ao rumo sincronizado
Em busca da sincronicidade
Das vibrações
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* Autor de uns trinta livros, traduzidos em 35 línguas, entre os quais A Cura Quântica, As Sete Leis Espirituais Do Sucesso, miniobra de alta densidade, e Criando Saúde, além de cinco programas para a televisão pública dos EUA e ser proponente de várias outras idéias por muitos consideradas místicas. Em 1999, a revista Time o incluiu na lista das 100 personalidades do século, chamando-lhe "poeta e profeta das medicinas alternativas".
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Em 13 de agosto de 2008 -
Suíços confirmam
*Emitindo pares de fótons - partículas de luz - ao longo de uma fibra óptica estendida entre as cidades suíças de Satingny e Jussy, cientistas do Grupo de Física Aplicada da Universidade de Genebra determinaram que um fóton, chegando a um extremo da linha, é capaz de reagir instantaneamente a uma manipulação realizada no parceiro que foi para o lado oposto, a 18 km de distância. Os pesquisadores calcularam que, se essa reação for resultado de uma comunicação entre as partículas, o sinal teria de viajar a, no mínimo, 10.000 vezes a velocidade da luz. “Trata-se de uma violação do espírito, se não da letra”, da Teoria da Relatividade de Einstein, que diz que nada pode viajar mais depressa que a luz, diz o físico Terence Rudolph, do Imperial College London, em comentário ao experimento suíço. Tanto a descrição da experiência quanto o comentário de Rudolph estão publicados na edição desta semana da revista Nature.
O efeito utilizado pela equipe suíça é conhecido pelos cientistas como “emaranhamento quântico”, e ocorre quando duas partículas são preparadas de tal forma que qualquer alteração numa delas afeta a outra instantaneamente, não importa a distância que as separa. A velocidade de 10.000 vezes a da luz, determinada pelos físicos de Genebra, é o limite mínimo para que o sinal seja “instantâneo”. “Sabemos que as partículas que representam os bits quânticos, ou q-bits, precisam adquirir, durante o processamento da informação, certo grau de emaranhamento para que a computação quântica seja mais eficiente que computação clássica”, explica o físico brasileiro Marcio Cornelio, atualmente na Unicamp. Cientistas acreditam que computadores quânticos serão capazes de realizar cálculos muito mais rapidamente que computadores normais, ou clássicos, além de resolver problemas que estão fora do alcance das máquinas atuais.
O emaranhamento não viola a “letra” da relatividade porque, por si só, o fenômeno não permite a transmissão de sinais de comunicação mais depressa que a luz - não seria possível, por exemplo, usar partículas emaranhadas para criar um telefone celular instantâneo. “O emaranhamento não pode ser usado para comunicar unidades de informação escolhidas por uma pessoa, exatamente porque os eventos correlacionados por ele são aleatórios, fora do controle humano. Se os eventos fossem determinísticos, seria possível usar o fenômeno para comunicação clássica mais rápida que a luz”, o que violaria a relatividade, diz Gisin. Mas se as partículas não trocam sinais entre si, como o emaranhamento quântico é possível? Como uma partícula “sabe” que sua parceira, a quilômetros de distância, foi manipulada?“ Eu diria que as partículas simplesmente estão correlacionadas”, diz Cornelio.
“Como não é possível transmitir informação usando apenas partículas emaranhadas, não há necessidade de uma 'saber' o estado da outra e vice versa. Existe apenas uma correlação estranha, que não pode ser descrita pela física clássica”.
Partículas 'conversam' a 10.000 vezes a velocidade da luz.
(Partículas 'conversam' a 10.000 vezes a velocidade da luz, - Estadão, 13 de agosto de 2008.)
A julgar pelas datas, esses suíços, por certo, andaram navegando com a Nav'sALL
* * *
Arrisco uma suposição, em forma de precária solução. Muitos físicos percebem o Universo como se fosse uma grande teia.
Quando um mosquito se enreda, a teia de imediato balança de modo integral, não apenas no ponto onde o apanha. De modo mais concreto, imaginemos uma composição, um longo trem. A locomotiva, ao alterar sua velocidade, imediatamente altera todos os vagões, ao mesmo tempo. Eis uma radical correlação, sem necessidade de maior descrição.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Interatividade com as coisas

Ela se renova, assim como as gerações, graças a uma atividade que constitui o melhor jogo do 'homo ludens': A ciência é, no mais estrito e melhor dos sentidos, uma gloriosa diversão.
Jacques Barzun*
Relações humanas ou mesmo o entendimento com alguns animais são evidentes per se. Já uma interatividade com as plantas é uma tese ousada, mas ainda assim provável, posto sensíveis, por vivas. Elas se alteram conforme o ambiente, nele incluído luzes, sons, temperaturas e outras incidências, como as de vizinhanças.
A presença do verde, não precisamos lembrar, é fundamental à ecologia.  A flor bem cuidada torna nossa vida perfumada. Tudo isso pode ser reduzido a mera questão de sintonia. O mundo possui algo em comum: são átomos e daí a moléculas que formam pedras, plantas, e animais. O que podemos auferir parece ilimitado  Seria possível obter uma freqüência interativa com as coisas? Em caso afirmativo, qual a vantagem? Seria o feito semelhante ao almejado efeito  alquímico?
A eletrodinâmica de Faraday e Maxwell, confirmada pelas experiências de Hertz, tornou a ciência consciente da existência de fenômenos produzidos pela matéria - as ondas no espaço, que se supunha vazio, mas que na realidade se constitui em imenso campo. Ora, as ondas são veículos pelos quais a energia pode se dissipar, ou se concentrar. Elas suportam o intercâmbio de informações de modo infinito. Pelos seus movimentos naturais, em tese podemos surfar a qualquer porto idealizado.
A descoberta da radiatividade ratifica a possibilidade da transmutação dos elementos**. A realidade física passou a ser concebida como uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados.
No maior lapso da história, o homem se sentiu poderoso pelo emprego da inteligência à serviço da força. Desde a Revolução Industrial, o dinheiro, ou a matéria acumulada é que exerce o fascínio. No entanto, hoje temos a Era da Informação, justamente propiciada pelas ligações através de ondas de todos os matizes, freqüências e intensidades. São as sonoras, as microondas, ondas de luz, de frio, gravitacionais, cerebrais, ou mesmo boatos e fatos encadeados, de moda ou sociológicas, do mar, ou de apenas esperança. As coisas existem em virtude de suas relações mutuamente compatíveis.
* * *
Na Polinésia, se não me engano precisamente nas ilhas Tobriand, existia uma tribo que emprestava um valor energético às coisas. Cada presente oferecido era considerado um talismã, uma parte do espírito de quem doava. Naturalmente que qualquer coisa furtada também portava o espírito do dono, de modo que ele se revoltava e amaldiçoava o detentor subretício. Se formos constatar na experiência, veremos a quantidade enorme de objetos tidos como de sorte, e não menos tidos como azarados. Como pode um objeto obter tal qualificação? De que modo ele pode produzir algum efeito, negativo, ou positivo?
Bachelard se anunciava psicanalista de objetos. Se lembrarmos da fusão energia e matéria, ou seja, que a matéria intrínsicamente está sempre em ebulição, em transmutação, mercê da incessante atividade dos átomos que a compõe, e também inferirmos que nada seja por acaso, por acaso ela nela haveria mesmo algum resquício de consciência?

A ação de um átomo sobre o outro pressupõe também a sensação. Algo de estranho em si não pode agir sobre o outro.
NIETZSCHE, F. ,
O livro do filósofo: 45
"Sabemos que o universo manifestado, que parece ser formado por objetos sólidos, é na verdade composto por vibrações, com os diferentes objetos vibrando em frequências distintas." (CHOPRA, DEEPAK, A realização espontânea do desejo: 124)
O aspecto decisivo da teoria quântica é que o observador não é necessário apenas para observar as propriedades de um fenômeno atômico, mas é necessário até para causar essas propriedades. CAPRA, Fritoj, cit. ARNTZ, William: 66
O átomo capta e emite energia; recebe, e transfere informações. Por isso, é a liga fundamental. Um dos seus princípios elementares, entretanto, é o da indeterminação de seu rumo, de seu futuro. Não podemos estabelecer o tempo e a trajetória de um eletron em seu passeio ao redor do núcleo atômico, por várias razões.Ao focarmos nosso alvo, ele imediatamente muda o trajeto, e pior, sem deixar rastro. O safado pratica o que se convencionou por salto quântico. Pois se temos esta capacidade de alterar o seu destino, seja da forma que for, porque não supor que podemos mudar a matéria simplesmente lhe dirigindo a atenção, levada a seu conhecimento pela imediata ação gravitacional ´de nosso pensamento,  gerador das ondas cerebrais?
Ora, nossas observações do mundo exterior, que nos conduzem à física, nos revelam um universo constituído de uma multiplicidade de sistemas ‘abertos’, todos em incessante interação com seu ambiente.
BEN-DOV: 149
Com o advento das neurociências, atualmente é inquestionável que a nossa intricada mente sur­ge da crescente complexidade da integração neuronal. Quanto mais neurônios e quanto mais sinapses, mais complexa é a nossa mente. Sendo assim, mente/cons­ciência é um conceito dependente da matéria. Amit Goswami, ques­tiona o nível molecular da matéria. Se o encéfalo é o forjador das mentes, quem é o forjador dos encéfalos? No nível molecular, as dúvidas geradas pelas partículas subatômicas são inúmeras, mas é exatamente através dessas dúvidas, fortemente alicerçadas sobre uma miríade de fórmulas matemáticas inquestioná­veis até o presente momento, que Goswami afirma: a mente não é a consciência. A consciência vai além da mente, e é ela a responsável por fixar a matéria no cos­mo.
Na fi­losofia budista, coexistem espírito e matéria, denominados Sambhogakaya e Nirmanakaya. A consciência única, Dharmakaya, os ilumina.
Não há dúvidas que o assunto é controverso, mas de posse de muitos conceitos da moderna ciência podemos estender algumas velas, e assim zarparmos por esses mares "nunca dantes navegados", sem maior preocupação com exatidões. Se viver não é preciso, meu navegar também não precisa sê-lo - bastam-me aproximações, sem endereço definido; portanto, sem sêlos.
Tirante o devaneio, de antemão sabemos da complexidade da tarefa, e da imensidão que nos espreita, apropriada a uma obra de fôlego, caso se almeje desbravá-la com segurança e eficácia. Contudo, por levar muito tempo para sair do atoleiro científico que nos impõem as escolas, e depois na tarefa de secá-lo, para que recém-chegados não arquem com tão graves prejuízos, ora não encontro coragem à tão magna empresa. É claro, todavia que há um tesouro inexplorado; portanto, há um caminho para acessá-lo. Então não ficarei ancorado no passado, que é sempre mais limitado do que o futuro. Navegarei por alguns pontos cardeais, e a própria viagem já será um deleite. Ao contrário de Maquiavel, os meios é que justificarão os fins.
Aos poucos iremos tecendo este tapete multicor. Como crochè da esperança, ele pelo menos servirá para nos distrair, tal qual sugere Jacques Barzun.
___________
* Cit. Bernstein, Jeremy, Observación de la Ciencia. Trad. Lorenzo Aldrete. México: Fondo de Cultura Económica, 1988, p.11.
-
**
A transmutação nuclear é processo pelo qual um material dá origem a outros e que vinha há muito tempo sendo perseguido pelos antigos alquimistas. O urânio, por exemplo, transforma-se em tório, este em rádio, o rádio em radônio e este em polônio, que finalmente se converte em chumbo.
(Carlos Alberto dos Santos, http://cienciahoje.uol.com.br/124513, 25/07/2008)
0
*** Em 1
3 de agosto de 2008
Suíços confirmam a nossa tese
*SÃO PAULO - Emitindo pares de fótons - partículas de luz - ao longo de uma fibra óptica estendida entre as cidades suíças de Satingny e Jussy, cientistas do Grupo de Física Aplicada da Universidade de Genebra determinaram que um fóton, chegando a um extremo da linha, é capaz de reagir instantaneamente a uma manipulação realizada no parceiro que foi para o lado oposto, a 18 km de distância. Os pesquisadores calcularam que, se essa reação for resultado de uma comunicação entre as partículas, o sinal teria de viajar a, no mínimo, 10.000 vezes a velocidade da luz. “Trata-se de uma violação do espírito, se não da letra”, da Teoria da Relatividade de Einstein, que diz que nada pode viajar mais depressa que a luz, diz o físico Terence Rudolph, do Imperial College London, em comentário ao experimento suíço. Tanto a descrição da experiência quanto o comentário de Rudolph estão publicados na edição desta semana da revista Nature.
O efeito utilizado pela equipe suíça é conhecido pelos cientistas como “emaranhamento quântico”, e ocorre quando duas partículas são preparadas de tal forma que qualquer alteração numa delas afeta a outra instantaneamente, não importa a distância que as separa. A velocidade de 10.000 vezes a da luz, determinada pelos físicos de Genebra, é o limite mínimo para que o sinal seja “instantâneo”. “Sabemos que as partículas que representam os bits quânticos, ou q-bits, precisam adquirir, durante o processamento da informação, certo grau de emaranhamento para que a computação quântica seja mais eficiente que computação clássica”, explica o físico brasileiro Marcio Cornelio, atualmente na Unicamp. Cientistas acreditam que computadores quânticos serão capazes de realizar cálculos muito mais rapidamente que computadores normais, ou clássicos, além de resolver problemas que estão fora do alcance das máquinas atuais.
O emaranhamento não viola a “letra” da relatividade porque, por si só, o fenômeno não permite a transmissão de sinais de comunicação mais depressa que a luz - não seria possível, por exemplo, usar partículas emaranhadas para criar um telefone celular instantâneo. “O emaranhamento não pode ser usado para comunicar unidades de informação escolhidas por uma pessoa, exatamente porque os eventos correlacionados por ele são aleatórios, fora do controle humano. Se os eventos fossem determinísticos, seria possível usar o fenômeno para comunicação clássica mais rápida que a luz”, o que violaria a relatividade, diz Gisin. Mas se as partículas não trocam sinais entre si, como o emaranhamento quântico é possível? Como uma partícula “sabe” que sua parceira, a quilômetros de distância, foi manipulada?“ Eu diria que as partículas simplesmente estão correlacionadas”, diz Cornelio. “Como não é possível transmitir informação usando apenas partículas emaranhadas, não há necessidade de uma 'saber' o estado da outra e vice versa. Existe apenas uma correlação estranha, que não pode ser descrita pela física clássica”.Partículas 'conversam' a 10.000 vezes a velocidade da luz
(Partículas 'conversam' a 10.000 vezes a velocidade da luz, - Estadão, 13 de agosto de 2008.)

Não perca:
(Nav's ALL quebra uma lei de Einstein!)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

À sincronicidade entre o indivíduo e a sociedade


Só o indivíduo isolado pode pensar e por conseqüência criar novos valores para a sociedade, mesmo estabelecer novas regras morais, pelas quais a sociedade se aperfeiçoa. ALBERT EINSTEIN 
Os interesses dos indivíduos se compensam entre si e o produto final coincide com o interesse da comunidade. Em outras palavras, a consciência do indivíduo é árbitro e condutor tanto do interesse público quanto do privado que não é obra do acaso. TOCQUEVILLE, 1997: 18
A sincronicidade contribui para o êxito de qualquer feito, mas  também ao insucesso. Dois corpos querendo ocupar o mesmo espaço no mesmno tempo resulta em colisão.
Para o biólogo Stuart Kauffmann, um dos criadores da Ciência da Complexidade, a vida é um fenômeno que emerge devido à junção de órgãos individuais. Através do uso de simulações por computador, Kauffmann demonstrou que existe 'ordem de graça', uma cristalização espontânea de ordem nos sistemas dinâmicos complexos, sem a interferência do processo de seleção natural ou qualquer outra força externa. GLEISER, I., : 59
Prigogine  (cit.PESSIS-PASTERNAK: 39) concorda:
A pesquisa atual se volta para a incorporação de elementos aleatórios em um número cada vez maior. Isso é verdade tanto para a cosmologia de Hawking quanto para o estudo dos insetos sociais que são tão qualificados como Pierre Paul Grassé ou Rèmy Chauvin insistem sobre o papel do aleatório no comportamento social. 
Variam os graus, como distintas são as conseqüências, mas todas nossas realizações, felizes ou catastróficas, são produtos de sincronizações.

Na verdade, nem o corpúsculo, nem o campo é a coisa fundamental. Ambos, em igual medida, são aspectos da matéria. São as duas formas fundamentais e primárias da matéria como tal. A estrutura da partícula é um reflexo de suas interações.TELLES JR. G., O Direito Quântico: 56
Ciência e sincronicidade
Em nosso século, o estudo da constituição atômica da matéria revelou que a abrangência das idéias da física clássica apresentava uma limitação insuspeitada e lançou nova luz sobre as demandas de explicação científica incorporadas na filosofia tradicional. Portanto, a revisão dos fundamentos para aplicação inambígua de nossos conceitos elementares, necessária à compreensão dos fenômenos atômicos, tem um alcance que ultrapassa em muito o campo particular ciência física. BOHR, Niels, Física atômica e conhecimento humano: Introdução.
A Física Quântica e a Teoria da Relatividade derrubaram dois notáveis pilares da velha ciência: a causalidade e o determinismo. Orientadas apenas em probabilidades, elas abandonam a idéia de que a natureza exiba uma seqüência inexorável:

Em inúmeros domínios os sistemas de autocontrole instáveis (tão numerosos no campo biológico, onde se manifestam fenômenos de auto-organização) fazem aparecer flutuações complexas e ricas. Compreender esses sistemas é fazer das probabilidades um dado essencial da percepção do mundo. A sobrevivência e o crescimento de uma grande quantidade de sistemas, que vai de um ecossistema como a floresta amazônica a um pequeno arbusto, a uma organização empresarial, a um formigueiro, a uma colméia de abelhas, ao cérebro humano, dependiam não de controles complexos, mas da combinação simples de algumas coisas que expressam a identidade básica do sistema (e que não podem mudar) somadas a um alto grau de autonomia para que os componentes individuais operem com liberdade.
(NOBREGA, Clemente, 1996: 250).
A mútua solidariedade suplanta o método socrático-platônico oriundo da simplória percepção do mundo em contradições, em antagonismos:
O que governa a dinâmica da natureza, inclusive em seu aspecto mais material, na física, não é uma ordem rígida, predeterminada. Nem tampouco uma dialética entre contrários em luta, que leve a síntese, até que se produza uma nova antítese, como na visão dialética marxista rechaçada também pela genética, segundo diz MONOD. É precisamente uma interação - que já existe nos níveis materiais mais elementares entre o aspecto onda e o aspecto corpúsculo - o que impulsiona a dinâmica da natureza. Assim o mostram as relações de mecânica ondulatória, que explicou LOUIS DE BROGLIE, síntese genial que tornou possível, como diz RUEFF, uma filosofia quântica do universo, aplicável não somente às ciências físicas, senão também a todas as ciências humanas.
Juan Vallet de Goytisolo
Interações
Como encontrar algum ponto de apoio, alguma evidência, um oriente ao pensamento e ação?

Existe uma acentuada complementariedade entre a condição de agente individual e as disposições sociais: é importante o reconhecimento simultâneo da centralidade da liberdade individual e da força das influências sociais sobre o grau e o alcance da liberdade individual. Para combater os problemas que enfrentamos, temos que considerar a liberdade individual um compromisso social. Essa é a abordagem básica que este livro procura explorar e examinar. A expansão da liberdade é vista, por essa abordagem, como o principal fim e o principal meio do desenvolvimento. O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente.
SEN, A. 2000:10
-
De que modo a ciência pode contribuir?

Einstein insinua que a ciência se deve ocupar, em primeiro lugar, não de noções que, na sua essência, estão marcadas por uma grande carga metafísica, como as de 'força' e 'matéria', mas antes daquilo a que agora chamamos 'intersecções’ no espaço-tempo de linhas do universo.
HOLTON: 127
Do lado da sociologia, sabe-se que mesmo um autor como Luhmann acabou por se ver compelido a introduzir uma mudança radical no paradigma das relações entre a pessoa e o sistema social. Deixando de ser categorizada como mero ambiente do sistema social, a pessoa passa a valer, também ela própria, como sistema. Um sistema social, a figurar como seu (da pessoa) ambiente. A pessoa vê-se, assim, chamada - e legitimada - a desafiar permanentemente o sistema social, como fonte de “contingência”, "irritação”, mesmo desordem. De acordo com o “novo paradigma luhmanniano”, “na construção de sistemas sociais, a complexidade opaca dos sistemas pessoais aparece como indeterminabilidade e contingência, não sobrando para o sistema social outra alternativa que não seja “interiorizar a complexidade” irredutível, emergente da pessoa. O que bem justificara a pretensão de apresentar a nova teoria de Soziale Systeme (1984) como uma Zwang zur Autonomie. ANDRADE, M. C.: 26
Do ser humano
José Ortega Y Gasset foi muito feliz: "Eu sou eu e minhas circunstâncias. Não são poucos os que divulgam esta primeira frase; o complemento, todavia, nunca vi citado: Se não as salvo, não me salvo." A premissa provém da conseqüência. Somos de fato produtos das circunstâncias; mas elas podem depender de nossa intervenção. Laszlo cita o denominador comum: "nosso coração".
Bruno Latour (Das Sociedades Animais às Sociedades Humanas; cit. Witkowski: 207) apresenta sua contribuição:
Depois do livro do americano Edward O. Wilson, Sociobiology e dos ensaios do inglês Richard Dawkins, os geneticistas das populações, assim como os especialistas em insetos sociais, procuraram compreender a organização social a partir dos interesses individuais. Não existe o formigueiro; só existem as formigas. Não existe a espécie; só existe o indivíduo. Falar de um sacrifício pelo grupo é, portanto, uma impossibilidade - pelo menos se estudarmos a evolução darwiniana dos caracteres sociais. Era preciso repensar a sociedade animal como a resultante do cálculo dos indivíduos e não mais como um vasto sistema dentro do qual os animais nascem e morrem. Esta revolução entre os animais assemelha-se às revoluções que as ciências políticas conheceram duzentos anos antes.
Pontes de Miranda (p. 58), o jurista brasileiro mais citado no século passado, deparou-se com o dilema, tormentoso enigma para alguém formado ferrenho positivista, mormente considerando que a sentença exigia o abandono da própria formação, da crença de poder “ver para prever”, da ação estipulada (delito) à reação calibrada (punição) que sustenta toda a atividade normativa e, de resto, econômica e jurisdicional:
Onde quer que haja organismos, o que mais importa conhecer é o complexo 'organismo x meio'. Os próprios elementos dos organismos estão sempre e necessariamente em relação mediata ou imediata com o conjunto de outros elementos. A interação é o fato perene do mundo. Como, pois, limitar a aplicação do relativismo?
Nesse caso, os neutrinos (1) que criamos em nosso organismo podem ter a nossa marca e podem estar fazendo a nossa interação com o universo. Podem estar levando nossa mensagem, mostrando nossa existência e o que somos, do mesmo modo que a luz das estrelas nos faz tomar conhecimento de sua existência. ANDREETA, José Pedro e ANDREETA, Maria de Lourdes, Quem se atreve a ter certeza? A realidade quântica e a filosofia: 162.
Tudo excede a padronização, a centralização, a concentração da energia, do dinheiro, do poder: "Essa nova civilização tem sua própria e distinta concepção de mundo, maneiras próprias de lidar com o tempo, o espaço, a lógica e a relação de causa e efeito." (ORMEROD,Paul, 1996: 194) "De fato, a vida no espaço cibernético parece estar se moldando exatamente como Thomas Jefferson gostaria: fundada no primado da liberdade individual e no compromisso com o pluralismo, a diversidade e a comunidade." (NAISBITT: 96).
O novo Individualismo – a serviço do qual, quer queira, quer não, está o socialismo – será a harmonia perfeita. Será o que o Grego buscou, mas não pôde alcançar completamente, a não ser no plano das Idéias, porque tinham escravos, e os alimentava; será o que a Renascença buscou, mas não pôde alcançar completamente, a não ser no plano da Arte, porque tinham escravos e os entregavam à fome. Será completo e, por meio dele, cada homem atingirá a perfeição. O novo Individualismo é o novo Helenismo. (Wilde: 86).
O notável Anatoly Gromiko (Breakthrough: 8; cit. Lemkow: 382/3) não se furtou em saudar a New Age:
A humanidade está emergindo de uma reação em cadeia de causa e efeito que se estende por bilhões de anos no passado. Agora a espécie tem o poder de afetar sua própria evolução através da escolha consciente. As pessoas hoje sabem mais do que nunca. Rádios, televisores, computadores, telefones, copiadoras se espalharam pelo globo em um século. Nenhuma geração pode acrescentar essas coisas aos jornais, revistas e as artes. O nosso é um tempo de possibilidades ilimitadas para intercâmbio, interação entre culturas, viagens e aprendizado. Pensar globalmente exige a descoberta da relação certa entre indivíduo e a comunidade global. Nenhum deles é insignificante. Deve haver uma relação saudável entre comunidade, ordem social, o todo e o indivíduo.
Poderíamos lidar com tudo isso em nosso próprio benefício? M. Ferguson (p. 181) dá um pista:
Qualquer minoria que compreenda o poder da partícula de cristal - ampliação de uma idéia - pode rapidamente adquirir uma influência acima de seu número. Na verdade somos condicionados para termos medo, ficarmos na defensiva, sermos hostis, ainda que tenhamos também a capacidade para uma extraordinária transcendência. A comprovada flexibilidade do cérebro e percepção humanos sugere a possibilidade de que a evolução individual pode conduzir a evolução coletiva. Quando uma pessoa libera uma nova capacidade, esta torna-se de súbito evidente para outras, que podem então desenvolvê-la também."
Einstein (cit. ALMEIDA, M. O., A Ação Humana e Social de Einstein: 65; TRATTNER: 75) singrou à vontade neste mar: "Para mim, o elemento precioso nas engrenagens da humanidade não é o Estado, é o indivíduo, criador e sensível, a personalidade; é só ela que cria o nobre e o sublime, enquanto a massa permanece estúpida de pensamento e estreita nos sentimentos".
É pelo efeito bootstrap*, a conseqüência inexorável da potencialidade atômica, que se pode aferir a capacidade ilimitada intrínseca de cada indivíduo. Mesmo que não se queira, sempre acontece um trickle-down**, que por sua vez se reverte em trickle-up. Tudo reflete na comunidade, e retorna ao próprio emissor: "De fato, no nível quântico, não há nada além da energia e informação. Campo quântico é apenas outro nome do campo da consciência pura ou da potencialidade pura. E esse campo quântico é influenciado pela intenção e pelo desejo." (CHOPRA, Deepak)
Aqui se faz, aqui se paga; ou melhor, aqui se ganha: "Isto faz dos seres vivos elementos numa vasta rede de inter-relações que abarca a bioesfera de nosso planeta – que em si mesma é um elemento interligado dentro das conexões mais amplas do campo psi que se estende pelo cosmos." (LASZLO: 198)
O conceito de um mundo sutilmente interligado, um oceano cósmico no qual estamos intimamente ligados uns aos outros e à natureza, assimilado por nosso intelecto e abraçado por nosso coração, poderá talvez inspirar novos modos de pensar e de agir que transformem o espectro de uma derrocada global no triunfo de uma renovação global – uma renovação para uma era mais humana e sustentável.
(Idem: 205)
A rigor, nada disso é novidade. "Daí a cibercultura ser herdeira da filosofia iluminista do século XVIII, pois incentiva o debate e a argumentação, retomando e aprofundando os antigos ideais de 'emancipação e exaltação do humano'" (LÉVY, Pierre, Cibercultura. - Editora 34: 256)
Na época Leibniz (cit. IRA, Progoff, Jung, Sincronicidade e destino humano: 66) dispôs: 
Todo corpo reage a tudo que acontece no universo, de tal sorte que, se alguém pudesse perceber tudo, poderia ler em cada coisa o que está acontecendo em toda parte, e até mesmo o que já aconteceu e o que acontecerá; mas uma alma só consegue compreender dela mesma o que aí se acha representado distintamente. Não pode, de uma vez, explorar todos os seus recônditos, porque eles se estendem ao infinito.
O físico nuclear Richard Feynman (p. 14) assim abria suas palestras:“Não há praticamente nada do que vou dizer esta noite que não pudesse já ter sido dito pelos filósofos do século XVII”. Para encerrá-las, o pesquisador de Los Alamos trocava o “vou dizer” por “eu disse“; e praticamente repetia as concepções de Locke e Smith:
Nenhum governo tem o direito de decidir sobre a verdade dos princípios científicos nem de prescrever de algum modo o caráter das questões a investigar. Também nenhum governo pode determinar o valor estético da criação artística nem limitar as formas de expressão artística ou literária. Nem deve pronunciar-se sobre a validade de doutrinas econômicas, históricas, religiosas ou filosóficas. Em vez disso, tem para com os cidadãos o dever de manter a liberdade, de deixar os cidadãos contribuírem para a continuação da aventura e do desenvolvimento da raça humana. Obrigado. FEYMANN: 14
_____________
*"A partir das conclusões da mecânica quântica desenvolvida na primeira metade do século XX, uma equipe de físicos contemporâneos – liderados por Geoffrey Chew – construiu um modelo de interpretação física do universo chamado teoria bootstrap. Sua fundamentação principal encontra-se na mecânica matricial de Heisenberg. Nele o mundo é visto como uma teia dinâmica de relações configurada por hadríons, partículas de alta energia e caráter auto-gerativo, presentes em todo o universo. No modelo bootstrap não se admite a existência da partícula fundamental, mas sim que a ilusão de concretude e finitude da matéria nos é dada por limitações humanas em termos de percepção e de consciência." (Eufrasio Prates & Sonia Guedes de Medeiros, Fractalidade simbólica numa estética paradoxal, texto apresentado no III Congresso Internacional Latino-Americano de Semiótica em1996.)
"A realidade física é concebida como uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados. As coisas existem em virtude de suas relações mutuamente compatíveis, e tudo na física tem de partir da exigência de que seus componentes sejam compatíveis uns com os outros. Chew escreve num de seus primeiros artigos: 'Alguém que é capaz de olhar sem preconceitos para modelos diferentes, sem dizer que é um mais fundamental que o outro, é, automaticamente, um bootstrapper.' Em outras palavras, essa filosofia bootstrap (3), ou filosofia de rede, leva a atitude de tolerância." (Chew, Geoffrey, cit. Capra e Steindhal: 129).
"Heisenberg não conseguiu deduzir todo espectro das partículas elementares a partir de sua equação, mas Chew há pouco tempo conseguiu fazer justamente isso com sua teoria bootstrap.quark sem precisar postular a existência física deles; atingiram, por assim dizer, a física dos quarks sem estes." (Capra, 1995: 45). -
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** * “O crescimento econômico é alcançável quando se permite o florescimento dos negócios, deixando a prosperidade verter para a população de baixa e média rendas, que se beneficiará da crescente atividade econômica” (Giddens, 1996: 104).
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1.Em torno de 1931, Pauli encontrou vestígios do que poderia vir a ser outra partícula muito pequena que acompanhava o elétron em sua aceleração. Esta foi denominada de “neutrino”. Somente em 1956, é que se comprovou a existência real do neutrino, pois sua interação era tão pequena que quase não foi possível sua detecção. Fisicamente, o primeiro detector de neutrinos consistia de uma cubo com 400.000 litros de tetracloroetileno. No início da década de sessenta, foi descoberto em laboratório que os prótons e nêutrons compunham-se de partículas que foram chamadas de quarks. Em meados da década de oitenta, os quarks, juntamente com outra classe de partículas subatômicas conhecidas como léptons, constituíam os blocos construtores fundamentais de toda matéria.
Os neutrinos sofrem interações fracas e gravíticas. Experiências executadas em laboratórios de partículas indicam que se transformam de um tipo em outro durante seu deslocamento. A isto se chama oscilações de neutrinos. Koshiba e Davis ganharam o prêmio Nobel / 2002...................................
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