terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O caso Assange, ocaso britânico.

 
Se o governo se exceder ou abusar da autoridade explicitamente outorgada pelo contrato político torna-se tirânico e o povo tem então o direito de dissolvê-lo ou se rebelar contra ele e derrubá-lo.
LOCKE, J., Second treatise of civil government: 184
JOHN LOCKE resgatou o princípio hobbesiano responsável pela quebra do quadril do Rei Divino e pelo script  à  òpera bufa protagonizada pelo Lord Protector 
Numa repetição das ações do rei deposto que haviam contribuído para a guerra civil, Cromwell dissolveu o parlamento republicano em 1653 e tomou o controle do Estado, como Lorde Protetor perpétuo.
Como o deus-terreno Leviathan logo vira tan tan,  no caso e seguidamente alhures, o médico iluminista tratou de arrefecer o intuito plenipotenciário original. Seria injustificável repetir capítulos de Rei Divino, já devidamente superado pelo Lord, ou do deus prêt-à-porter, na performance do intrépido Protector,  encarnação de vida efêmera..“A doutrina do Estado de Hobbes é a mesma doutrina do Estado totalitário contemporâneo.” (VIATOUX, J. cit. PRELOT, Marcel, vol II: 263)
O Segundo Tratado Sobre O Governo Civil  revogou o precedente, fincando a primeira democracia do mundo, com a salvaguarda da aristocracia dirigi-la. porque a massa lhe amassa. LOCKE deu a conhecer o direito do cidadão. Consagrou a propriedade privada, ao invés de ser tudo do Rei -  nada mais socialista, ou socializante - , plano integrado que viabilizou a Revolução Gloriosa, cuja pólvora não disparada fez a Inglaterra disparar anos-luz à frente dos continentais,  reunidos! Esta notícia, quiçá por meio velha, não recebe mais a ribalta. Talvez tenha se perdido pelas mãos atrapalhadas de um desses mais românticos aprendizes que no country tem despontado. Dou-lhes a saber: esta obra lhes garante, até hoje, a permanência incólume a qualquer  prêt-à-porter, doméstico ou estrangeiro. Bem diverge da vizinha, no  sarcasmo de Hitler a Vaca Leiteiraexpert em produzir  constituições e ditaduras de toda índole.
Locke e Shaftesbury consideravam o despotismo como um mal francês e, quando escreveu o documento, em 1679, Locke acabava de voltar da França, após estudar o mal francês enquanto sistema político. A filosofia de Shaftesbury foi planejada para combater a interpretação mecanicista da realidade, mas sobrepujou a filosofia daqueles em seus esforços para salvar as artes dos efeitos das idéias mecanicistas: aspirou fundar bases não só para a verdade e a bondade, como também para a beleza. BRETT, R. L.: 109
En passant,  estaria o Egito sofrendo até hoje dos males e malefícios impostos pela França? Certamente:
A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa  
Mas o problema árabe, e mesmo da França, é mais antigo. Remonta a Ptolomeu. O Farol de Alexandria, contudo, já desapareceu. Os descendentes dss faraós ora parecem se valer das próprias luzes, por mais obscuras, eclipsadas que estejam. Tradicionais meios de comunicação tributam o espetáculo das Arábias à Internet. Ela  acaba com tabús. Não há como pautá-la, difundir apenas as notícias do Príncipe. Diferentemente de todos os órgãos de imprensa e edições culturais, que podem ser cerceados, na estupenda rede cruzam todas informações já produzidas, e as em gestação,  histórias entrecruzadas pelas políticas de todas nações, seus êxitos e principamente seus fracassos, sobressaindo-se as locomotivas  jurídicas, econômicas, filosóficas, religiosas, seitas e mais seitas. Iimpossível dirigi-la.,E o colosso atua de modo quase imperceptível, como raízes subterrâneas que preparam o tronco. E ela  também reserva surpresas. Tal qual passe-de-mágica, muitos começam o dia no anonimato, e vão dormir famosos pelo mundo inteiro, rol no qual  Wikileaks ocupa a pole-position. Distinto do enorme  número de sites, ainda mais aqueles voltados à críticas corrosivas, ASSANGE não se abriga no anonimato. A real performance do Caçador da Arca Perdida, exige do australiano assumir, com toda honra e galhardia, a responsabilidade pelos dados que veicula, ineditamente comprometedores do estilo governamental reinante no globo. Ele já cumpriu até pena, além de intenso interrogatório, no  presídio de Wandsworth. Agora espera em "liberdade condicional"  (Vê se pode -  qual condição?, mas, pior, qual o motivo da prisão?), ASSENGE  teve que oferecer seu peso em libras esterlinas para readquirir parcial e, precariamente, esta liberdade "em prisão domiciliar" UpGrade, pelo menos. Vem aí nova audiência à extradição.  Na atitude de dar curso oceânico à fofoca, esta Commonwealth, tal qual a original puritana, fere de morte a gloriosa história do próprio Reino. Vão tomar mais algum?.
Diferentemente de um Bin Laden, que nunca apareceu, ou de Salman Rushdie, sempre oculto em algum porão dos EUA, ("atravessei o túnel do medo", disse ele à Veja , o caçador não teme por seu próprio destino, insignificante frente ao destino de milhões de seres, em perigo constante. Igualmente o mosqueteiro rebelde demonstra firmeza, e serena jovialidade, por certo bem calculadas todas probabilidades. Sua conduta é irreparável. 
Por seu trabalho no Wikileaks ganhou outros prêmios, como o Sam Adams Award e o Index on Censorship do The Economist em 2008, além de ter sido considerado o "homem do ano" pelo jornal francês Le Monde em 2010.  Assange ganhou o Amnesty International UK Media Awards de 2009, por ter exposto os assassinatos extrajudiciais no Quênia.Assange também ganhou o Index on Censorship do The Economist de 2008.Além disso, algumas comunidades da Internet estão promovendo a indicação de Julian Assange para o Prêmio Nobel da Paz 2011, pela fundação do WikiLeaks
Muitas  novidades são presumíveis.
WikiLeaks publica hoje 9 documentos que mostram como a representação americana acompanhou de perto a trajetória de Dilma e o processo eleitoral brasileiro – que, aliás, a própria Hillary Clinton classificou de 'bizantino'. (http://indignacaoecidadania.blogspot.com/2011/02/serie-wikileaks-e-o-brazil-dilma.html)
Não preciso de tantas informações sobre o motivo de OBAMA ao decorar o maior sindicalista da história deste país com medalha de cara. Tampouco para cogitar a inexistência dos binladens. Logo vi que eram tvs, e rádios, e jornais, e fotógrafos, repórteres norteamericanos que aguardavam a aurora, momento do maior espetáculo da Terra. Enquanto no saguão do WTC  os primeiros saltos-altos embarcavam nos elevadores, do lado de fora centenas de pés caminhavam às pressas, com roupas de campanha, enquanto  escolhiam os ângulos mais apropriados ao registro da mais grave ocorrência de todos os tempos. Não havia nenhuma aljazira preparada para o absurdo, façanha realizada sob o patrocínio de American Airlines. Ao cabo, não observei as relações de embarque dos infaustos passageiros, tanto quanto não tomei conhecimento se havia no interior das aeronaves alguma personalidade mais conhecida, ou VIP.
O artífice mais querido dos suecos apenas expõe a verdade, esta metafísica tão perseguida, e propalada, mas completamente desconhecida pela classe dirigente que assola o mundo. Diria que esses presidentes parecem o Pequeno Príncipe, de pé sobre a minúscula esfera branca. Como o grupo é enorme, digo que nossos príncipes dividem o mundo da lua!
James Madison, que elaborou a Constituição americana, dizia que o conhecimento sempre irá governar sobre a ignorância. Então as pessoas que pretendem ser mestras de si mesmas têm de ter o poder que o conhecimento traz. Essa filosofia de Madison, que combina a esfera do conhecimento com a esfera da distribuição do poder, mostra as mudanças que acontecem quando o conhecimento é democratizado. Os Estados e as megacorporações mantêm seu poder sobre o pensamento individual ao negar informação aos indivíduos. É esse vácuo de conhecimento que delineia quem são os mais poderosos dentro de um governo e quem são os mais poderosos dentro de uma corporação.Assim, o livre fluxo de conhecimento de grupos poderosos para grupos ou indivíduos menos poderosos é também um fluxo de poder, e portanto uma força equalizadora e democratizante na sociedade. JULIAN ASSENGE.
Em Honduras o jecaLaia  pensou bastarem alguns capangas nacionais e internacionais para se manter gozando as delícias palacianas. Depois, se contentou em morar, por longo período, às nossas custas, de muda à embaixada brasileira.  E vi o gajo com um violão no peito, a mirar nem centena de cartões natalinos expostos no mural como grande manifestação de apoio internacional,  Eis o maior mico já pago por nosso país, pobre país virado país de todos, inclusive de mico estrangeiro, Não sei onde anda o azarão. Estaria ele nesse Forum Social de Dakar, pobre Dakar, destituída do famoso Rallye em prol  de nossa América Latina, não deveria o protegido estar pelo menos na claque de seu Lord Protector?
Nem na rede vi alguma manifestação de apoio ao sósia do Ratinho, exceto em  chapa-branca. e por conta  daquela  segurança nacional. A julgar pela candência, parece que a nossa meio gripada ainda sofre o respingo, depois de ver a imensa e aterrorizante sombra da  nuvem preta de furacão caribenho.
Zelaya foi derrubado do poder, neste domingo (28), em um golpe orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por um grupo de militares, que o expulsaram para a Costa Rica, provocando uma condenação mundial unânime. O golpe foi realizado horas antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma na Constituição que tinha sido declarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema. Folha de São Paulo, 29/6/2009
"Condenação mundial" é para amargar. Mas havia, sim, um  poderoso exógeno com  interesse contrariado:
Às vezes, o mundo todo prefere uma mentira à verdade. A Casa Branca, a ONU, a Organização dos Estados Americanos (OEA), e grande parte da mídia condenaram a deposição do presidente hondurenho Manuel Zelaya, no domingo, como um golpe de Estado. Isso é um absurdo. Na realidade, o que aconteceu aqui é simplesmente o triunfo da lei. SANCHEZ, OCTÁCIO, in Terra, 5/7/2009
O caipira hondurenho ambicionava muito além do que o contrato social permite. Golpista era ele e o plebiscito chavezco que articulava, e não a Nação, manifesta através de seus representantes parlamentares, e até pela Corte Suprema, como ao cabo frisa a reportagem. Os poderes constitucionais tiveram que requisitar força policial, um exército para remover o recalcitrante desastrado. Honduras, exemplo de Estado de Direito
A legitimidade das  instituições democráticas hondurenhas não vem ao caso para os governos do Eu-a e do Brasil.  A julgar pela foto, em vez de Barack Obama convinha-nos  parar com as brama. Sorry.
Ao presidente do Eu-a ainda há tempo de observar a palavra dos seus embaixadores:
Durante grande parte da história da humanidade, governante e lei foram sinônimos — a lei era simplesmente a vontade do governante. Um primeiro passo para se afastar dessa tirania foi o conceito de governar segundo a lei, incluindo a idéia de que até o governante está abaixo da lei e deve governar através dos meios legais.
www.embaixada-americana.org.br/democracia/law.htm
A Internet vem apontando as falcatruas, e os periódicos se obrigam a publicá-las também. "Os charlatães estão sendo expostos no YouTube.  Não há nada que eles possam fazer quanto a isso." ( Gary North ) Os brasileiros nem dão bola. Para nós o poder é muito distante, quase inatingível, e ninguém está aí para se incomodar, muito menos bater de frente com o Brucutú. Que adianta demoli-lo se vem outro em seu lugar? A Inglaterra, contudo,  desde 1689 sabe que pode substituir o grotesco privilégio por um sistema compatível com a ética, não com a dialética, sempre dúbia, carma do ocidente. E por causa da primazia exorcista,  a ilha se destacou e ainda se destaca perante todas as nações.
A democracia inglêsa é a única democracia moderna que combina o sentido de independência e excelência com o impulso da classe média em direção à liberdade de consciência e à responsabilidade pessoal. (Tocqueville, A., 1997: 17)
Responsabilidade envolve, necessariamente, a verdade. O Farol do Iluminismo, contudo, parece oscilar. Confunde  as questões jurídicas lavradas em formalismo principesco pelas representações internacionais com sua própria tradição, até obrigação, de zelar pelos seus súditos. A exótica Suécia exige repatriá-lo, mas JULIAN ASSANGE sequer é sueco!. O que pretende aquele nórdico ainda meio vizinho soviético talvez seja algum receio de se descobrir sua Nomenklatura. Calá-lo se faz, no mínimo, prudente  Como tolerar venha a verdade solapar a fantasia, logo na Terra do Papai Noel?  Mas é crível  o rincão mover meio mundo atrás de um acusado qualquer? Só mesmo Bush, foi capaz de eleger um alvo personalíssimo, com certeza também forjado, jogando milhões de armas e combatentes, não poucos à última morada, e dólares e tudo o mais na missão até hoje não cumprida. O fantasma da verdade abala qualquer villão. Eis as razões  aparentemente desproporcionais dos governos, principalmente o norteamericano, suspeito mandante.
Nos EUA, o senador Joe Lieberman, presidente da Comissão do Senado  para quesões Governamentais e de Segurança Nacional, utilizou bem sucedidamente o poder do estado para fechar uma parte do WikiLeaks.  Ele conseguiu isso ao ameaçar sanções à Amazon, que à época hospedava aquela parte da operação de Assange. Gary North ,
O indivíduo ameaça a à cidadela, ou então prejudica por levantar negócios de baiixo-calão, como sói acontecer. E como os fins justificam os meios, para aperfeiçoar o timão os platônicos vieram com uma quilha sexual  sem camisinha, e com ela movem o Reino Unido embretado na armadilha de promover a Reunião de Estado para definir a procedência da reivindicação, e a legitimidade correspondente a qualquer decisão.
Em agosto de 2010, um mês depois da divulgação, pelo WikiLeaks, de documentos secretos do Exército americano sobre a Guerra do Afeganistão, a Justiça da Suécia expediu mandados de prisão contra Assange, um deles por estupro e o outro, por agressão sexual. Assange estava então na Suécia para uma série de palestras,  A acusação da Justiça sueca contra Julian Assange é a de que, durante uma sessão de sexo consensual, seu preservativo se rompeu, tendo sido retirado – o que na Suécia é equivalente a estupro (pena de dois anos de prisão). Uma das denunciantes, Ana Ardin (a outra é Sofia Wilen) alega que Assange rompeu a camisinha de propósito. Ardin é cubana, anticastrista, e consta que trabalhou para ONGs financiadas pela CIA.
Ah tá.  Essa acusação, radicalmente insignificante, calcada numa estória mais insignificante ainda, faz-se exorbitante por conta da colaboradora nazista. Lembra Dali, na obra-prima surreal. Ademais, nem esta esquálida infração social pode ser colada em ASSENGE. porquanto completamente incompatível com a personalidade, a ética evidentes em seu caráter. Que meios ou que tanta tara acometia  ASSENGE para atacar uma pessoa, num país para ele completamente estranho, fingir que coloca a camisinha, e no meio da operação faz ela estourar? Quereria o destemido um filho sueco?  Mas não deveria ter  algum antecedente em seu próprio país, uma experiência qualquer fora-da-lei, ou ignóbil já realizada? ASSENGE tem ficha-limpa na Austrália. The Parliamene já deveria ter vetado a risível exigência sueca, esta sim, de cuecas, virada mandalete yankee depois de longo e tenebroso inverno marxiano, ela ótima invernada.Aumenta a pressão internacional sobre o imbroglio, colocando em xeque o próprio country:
Os argumentos para recusar o pedido são limitados, sendo baseados principalmente em se a extradição iria violar os direitos humanos do suspeito ou se o mandado de prisão foi redigido corretamente.  Reuters Brasil, 7/2/2011
Se a Corte decidir pelo óbvio, restarão muitos governos descontentes, Se por respeito ao formalismo positivado, ou, na realiade, para atender ao pleito travesso do parente transviado entregar um filho seu ao estrangeiro, com toda a certeza no outro dia a pomposa guarda real aparecerá de capacete. Terá que enfrentar a fúria que  Jaime II evitou ao sair de fininho:  "Aquele que tenta colocar a outrem sob o seu poder absoluto põe-se em estado de guerra com ele". (LOCKE, idem, CAP III – DO ESTADO DE GUERRA) Isso para não falar da cadeia de protestos internautas, fortes para levantar qualquer neblina, mesmo londrina.
Como na ilusão egípcia, não basta mais calar ASSANGE porque ele não é o inventor das histórias. Se interromperem o  Mercúrio da Nova Era as fontes abastecerão outro assange, de modo que uma sentença condenatória espelhará uma sandice incompatível com a fleugma tão orguilhosamente venerada.  ASSANGE já fez escola. Neste caso, sim, nada adianta acabar com o Brucutú, porque vem milhares atrás.
É a informação  a informação como um fator real e efetivo que estabeleceu os parâmetros do universo em seu nascimento, e, portanto, governou a evolução de seus elementos básicos em sistemas complexos. LASZLO, Erwin: 21
Não ando à cata das notícias processuais. O simples fato de receber o pedido, e instaurar um processo dessa magnitude diante do vil argumento sexual, ainda mais partido de uma sociedade estrangeira na qual o sexo foi  até recentemente, o mais depravado do mundo, dar seguimento a este estapafúrdio pleito já se faz decepcionante. Esparta, de novo, dominará Athenas para lhe impor os Trinta Tiranos? Impressionante a força do carma. Que o Eu-a ainda se valha da torpeza até é compreensível, mas agora todos devemos consagrá-lo, começando pela mater? Maior non sense só atravessando o Rubicão.  Brasil permanece deitado no berço esplêndido, e o apagão favorece o sono do gigante, mas em nome do quê a Inglaterra também prefere o apagão, em vez do seu exitoso farol secular? Quem dormirá com um barulho desses?
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 ASSENGE  em Estocolmo
Part 2 
Part 3 
Part 4
Part 5

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