segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mercosul tornado mero e caro picadeiro

As grandes nações não são jamais arruinadas pela prodigalidade e mau emprego dos capitais privados, embora, às vezes, o sejam pelos públicos. Na maior parte dos países, a totalidade ou a quase totalidade das receitas públicas é empregada na manutenção de indivíduos não produtivos [...] Toda essa gente, dado que nada produz, tem de ser mantida pelo produto do trabalho de outros homens. SMITH, Adam, Inquérito Sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações vol.I, 1999: 599
 O Mercosul foi concebido e se iniciou no intuito exclusivo de reduzir e equiparar as tarifas alfandegárias entre os signatários. Para cumprir a inteligente agenda reuniram-se Uruguai, Argentina, e Brasil, contando ainda com a participação do anfitrião Paraguai.
São duas as características primordiais das decisões tomadas em março de 1991 na capital paraguaia: a universalização das decisões, ou seja as decisões afetariam o conjunto dos bens e produtos dos países membros no que diz respeito ao sistema de trocas e, por outro lado, a redução dos prazos para implementação da política de liberalização do comércio entre os quatro parceiros. Relativamente ao comércio intrarregional, foi adotado o princípio da redução tarifária progressiva, linear e automática, fazendo com que o conjunto dos produtos produzidos no Brasil e Argentina circule livremente entre os dois países a partir de 1º de janeiro de 1995. Uruguai e Paraguai associam-se a esse processo com calendário diferenciado no tempo, pois sua incorporação efetiva com tarifa zero se dará em lº de janeiro de 1996. Para que se tenha visualização abrangente desse instrumento, decidimos transcrevê-lo através do seguinte organograma:Caso o Mercosul conseguisse estabelecer zona de livre comércio nos prazos estabelecidos, seria um grande passo em direção ao Mercado Comum. A adoção do livre comércio para os produtos da região, com a eliminação total das barreiras tarifárias e não tarifárias, a clara definição de regras de origem e o estabelecimento de instrumentos independentes para a solução de controvérsias seriam um patamar fundamental para a criação de condições para o estabelecimento posterior de união aduaneira com tarifa externa comum para, finalmente, ser alcançada num terceiro momento a unificação total do mercado com a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Ricardo Steinfus, coordenador do Projeto Mercosul/BRA/Fase 1 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000300010
Passadas duas décadas, o que vemos é uma instituição destinada a toda sorte de empregos, sim, mas apenas burocráticos, reservados à plêiade que se adonou dos patrimônios públicos nos paises signatários, com a honrosa e tradicional exceção do Uruguai.
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Aetas parentum peior avis tulit
nos nequiores, mox daturos
progeniem vitiosorem.

Horácio, Odes, Livro III, 6    
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Nossos pais, piores que nossos avós, nos engendraram ainda mais depravados, e nós daremos uma progênie todavia mais incapaz.



Ou seja: entre todas as características elencadas ao "Mercado Comum do Sul" nenhuma versa sobre o objeto pelo qual foi criado - servir ao público consumidor. Ao contrário, no decorrer do período todas as tarifas alfandegárias foram aviltadas, no fito de cobrir a enormidade de gastos e passeios governamentais daí decorrentes. FOCEM 
A burocracia é necessariamente ineficiente porque não opera dentro do sistema de lucros e prejuízos do mercado. Sem a pressão para economizar recursos, até mesmo os burocratas bem intencionados acabam gastando sobremaneira. E, é óbvio, a maioria dos burocratas não é bem intencionada. A sua única motivação é aumentar o próprio poder, a própria renda e os próprios benefícios, os quais eles ganham ao aumentarem o número de burocratas sob seu comando no organograma estatal e ao gastarem cada centavo que lhes é alocado. ROCKWELL, Lew, Por que o estado cresce? (E o que podemos fazer quanto a isso)
São burocratas porque sua renda deriva essencialmente do Estado, e patrimonialistas “porque constroem um complexo sistema de agregados e clientes em torno de si, sustentado pelo Estado, confundindo o patrimônio privado com o estatal” (Bresser Pereira, 2001)
Quando comprar e vender é controlado por legislações, as primeiras coisas que são compradas e vendidas são os legisladores
P. J. O'ROUKE 
Então, diante do incremento das controvérsias pelos próprios emuladas, e nenhuma obediência ao pacto original,  houve necessidade da criação de novo instituto:
O Protocolo de Olivos (2002), entrou em vigor em 2004, estabelecendo o Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul (TPR) www.tprmercosur.org , com sede na cidade de Assunção (Paraguai). Esse tribunal foi concebido com o objetivo de sanar uma das fontes de insegurança jurídica no Mercosul, que era a falta de um tribunal permanente para resolver litígios de maneira rápida e objetiva. Trata-se de um tribunal de revisão, com competência para modificar os laudos arbitrais adotados por árbitros ad hoc de primeira instância.
Como as sentenças não são cumpridas, e como o objetivo se tornou cada vez mais distante, alguém teve a feliz idéia de criar um "Parlamento do Mercosul":
Constituído com o objetivo de acelerar a integração entre os países-membros, o Parlamento do Mercosul deve discutir a criação de um estatuto do desarmamento para todo o bloco regional. A sugestão foi apresentada pelo presidente temporário da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, senador Sérgio Zambiasi (PTB). Zambiasi coordenou ontem a sessão inaugural do legislativo do bloco. Realizada no Senado, a solenidade teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de representantes de Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela. Para o petebista, a criação de uma legislação única regulamentando comércio e uso de armas deve ser prioridade do bloco."A CPI do Tráfico de Armas mostrou que nossas fronteiras são corredores para o contrabando de armas e munição. Precisamos harmonizar as leis", sustentou Zambiasi, que entregou o cargo ao senador paraguaio González Nunes. O gaúcho também pregou a discussão de uma legislação trabalhista para os imigrantes ilegais e habitantes da fronteira e o debate no parlamento sobre a erradicação da febre aftosa no continente.Em pronunciamento, Lula defendeu a ajuda do Brasil aos países da região e citou como exemplo de problemas enfrentados pelo bloco a resistência de produtores gaúchos à importação de arroz do Uruguai. E assim, pelos arrozeiros do RS, ironicamente estabelecidos na metade mais pobre do estado, foi justificadoo amplo cabide de emprego e renda à politicalha que toma conta das tontas nações: "Lembro que, de vez em quando, os arrozeiros do Rio Grande do Sul fazem movimento para que a gente não importe arroz do Uruguai. Com a criação do Parlamento, essas coisas vão ficar menos sensíveis e mais racionais". 
O plano do imenso cabide
-Cada país tem 18 parlamentares (nove senadores e nove deputados)
Num primeiro momento, eles serão indicados pelo Poder Legislativo de cada país; 
-O primeiro membro do bloco a eleger os parlamentares foi o Paraguai, em 2008;
-No Brasil, os integrantes vieram "eleitos" em 2010;
-Como a Venezuela ainda está em processo de associação, seus 18 legisladores terão direito a voz, mas não a voto;
-Os representantes dos países associados (Peru, Bolívia e Chile) serão convidados a assistir às sessões e poderão expor temas de seu interesse; 
O Brasil não sabe se quer ser o primeiro entre os pobres ou o último entre os ricos.. Essas cúpulas me fazem lembrar aquelas bonecas tradicionais russas (matrioshkas). Vem uma atrás da outra e é tudo vazio... Não quero minimizar a importância desses encontros. Ao contrário: acho que são extremamente importantes, mas é preciso mais conteúdo. (Alfredo Valladão, da Universidade de Paris critica a postura brasileira diante dos países vizinhos, em entrevista à BBC-Brasil  16/12/2008).
Como  a inoperância do Mercosul foi atribuída à ignorância dos participantes, nossos doutos líderes entenderam colher o ensejo para criar a entidade educativa - a "Universidade do Mercosul": Segundo assessor de Relações Internacionais do MEC (Ministério da Educação), Alessandro Candeas, as nações que compõem o bloco econômico do Mercosul entenderam a necessidade de integrar os países a fim de se fortalecer. Para atingir tal objetivo, perceberam que mais do que a integração econômica é faz fundamental apostar e investir em uma interação educacional entre os países. Daí as discussões para o estabelecimento de uma unidade de ensino que atenda as necessidades do bloco econômico."Diferente do que aconteceu na Europa - cuja integração do bloco resultou de uma movimentação envolvendo a economia - queremos fortalecer as relações educacionais para que nossa cooperação comercial se consolide de maneira mais integrada e completa para os povos da região", disse. Entre as premissas já estabelecidas em reuniões com países que compõem o bloco, estão: a elaboração de um projeto pedagógico integrado que atenda amplamente as necessidades regionais; o ensino do idioma português e espanhol para promover a integração entre os jovens dos diferentes países da América Latina; a construção de um novo campus para sediar a Universidade do Mercosul e, ainda, um trabalho de reconhecimento da titulação conferida pela universidade nos países que fazem parte do bloco. "Dominar diferentes idiomas e saber sobre as mais variadas culturas são diferenciais competitivos que põem um indivíduo e uma nação à frente dos demais no caminho do desenvolvimento", destacou.  E lá se veio nosso maior luminar:
"Temos o sonho, há algum tempo, de construir uma Universidade do Mercosul. Mas é pouco. É preciso criar várias universidades latino-americanas, onde os nossos jovens possam transitar pelo continente (sic)", disse Lula a uma platéia de 450 estudantes da pré-escola ao segundo grau. "Se conseguirmos construir universidades em que jovens pobres oriundos de escolas públicas possam estudar, a América do Sul viverá uma situação muito melhor", afirmou Lula.
Então assim o governo brasileiro criou mais uma zona de faturamento:
A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é uma instituição pública brasileira de ensino superior sediada na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. O presidente Luiz Inácio da Silva propos a sua criação em 2007, entretanto a Universidade foi criada somente no dia 12 de janeiro de 2010 na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. [2] Foi a décima terceira universidade criada pelo Governo Lula,[3] e teve sua primeira turma de 200 alunos entre brasileiros, paraguaios, uruguaios e argentinos em agosto de 2010, tendo como previsão de investimento para construção dos edifícios no montante de 550 milhões, uma construção portentosa prevista para findar em 2014, com o projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer
Enquanto isso as barreiras alfandegárias se avolumam, especialmente pela belicosa Argentina.
Desde setembro de 2008, a Argentina aumentou restrições para a entrada de produtos brasileiros. O instrumento mais usado é a licença prévia de importação - antes de levar a mercadoria até a fronteira, o exportador precisa obter um documento autorizando a entrada. O Globo, 12/5/2009
O monopólio, os privilégios, as restrições a livre atividade dos particulares no domínio econômico e em outros são tradições profundamente arraigadas nas sociedades de origem espanhola. Diante dessa situação, a reação espontânea de um chefe de governo, herdeiro da tradição mercantilista espanhola, será sempre a de intensificar controles, multiplicar restrições e aumentar impostos. MENDOZA, PLINIO APULEYO, MONTANERS, CARLOS ALBERTO, & VARGAS LLOSA, ALVARO:126
“Na medida que o comércio expande a divisão do trabalho, todos os participantes ganham porque se beneficiam do aumento da produtividade deste trabalho.” (SMITH, A., Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, vol. I: X) "Infelizmente, a realidade no mundo de hoje é que acordos de livre comércio são muito difíceis. Você é quase obrigado a ter limites por causa de todas as medidas que os países estão adotando." (Brasil e México retomam negociações de acordo automotivo) Isso já bem delineava MONTESQUIEU (Cartas Persas, 1717: 241):
Aqueles que cobram impostos nadam sobre tesouros. entre eles há poucos Tântalos. Começam, no entanto, esse trabalho na mais completa miséria. São desprezados como lama quando são pobres; quando ricos, são muito estimados; por isso não negligenciam em nada para conquistar a estima...
Con el segundo mandato de Cristina, la política económica parece estar delineando una nueva fase del modelo: la DesIndustrialización por Sustitución de Importaciones (DISI). Caricatura de su antecesora de mediados del siglo pasado -la recordada ISI, Industrialización por Sustitución de Importaciones-, la DISI comparte con aquélla el instrumento de los permisos previos de importación, pero es recesiva por anacrónica: en una industria que se adaptó durante 20 años a la globalización, son muchos más los sectores perjudicados por el control masivo a las importaciones de sus insumos que los beneficiados por la desaparición de la competencia importada en el mercado de sus productos. Argentina: un nuevo ciclo económico K
Exportadores uruguayos exigen auxilios por proteccionismo argentino
Presente y futuro del gobierno de Mujica, las relaciones comerciales con Argentina, el estribo de Brasil, el cóctel explosivo entre pérdida de competitividad y baja productividad, la educación y el comportamiento de las exportaciones en 2012 bajo el análisis del presidente de la Unión de Exportadores del Uruguay, Alejandro Bzurovski. ''Argentina nos va a generar competencia desleal''
O imenso picadeiro do Mercosul é o fim da picada. Após 20 anos, integração no Mercosul é 'decepcionante', diz instituto parisiense Hoje os signatários trabalham sob a égide da retaliação ao invés de cooperação . Espanha critica postura brasileira para liberação de entrada de turistas
Controles en frontera frenaron a los turistas uruguayos que rumavam Brasil
Toda belicosidade é insensata; pois enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos o nosso próprio interesse. DEMÓCRITO
Burocracia ontem e hoje Pois novamente com a exceção uruguaia, os atuais governantes de nosso continente são liderados pelo psicopata venezuelano, ao gáudio do assassino de massa cubano. SBPC reclama de corte de verbas para ciência, tecnologia e inovação A mediocridade requer adversários para distrair a turba.
Criar tensões, baseadas no nacionalismo, para justificar ou encobrir a omissão ou medidas que contrariem parceiros,grupos ou interesses diferentes, é um artifício próprio e de grande eficácia do populismo. (AGUIAR, José Augusto, CRISE BRASIL/BOLÍVIA: BASTIDORES REVELAM UM REARRANJO POLÍTICO NA AMÉRICA LATINA. - http://oglobo.globo.com/quemle/diversos/default_brasil_bolivia.htm)
As compras de armas na América do Sul cresceram 150% nos últimos cinco anos, enquanto no mundo o aumento foi de 22%, segundo o Instituto Internacional de Pesquisas da Paz. A escalada na região foi a maior do mundo no período, segundo o estudo. Brasil e Venezuela lideram as compras na América do Sul. Folha de São Paulo, 14/3/2010.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Malfadado porta-aviões

Um incêndio em uma ante-sala de alojamento no porta-aviões São Paulo deixou um marinheiro morto e outro gravemente ferido na madrugada desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O marinheiro ferido foi transferido para Hospital Marcílio Dias, da Marinha, e está internado na UTI. O estado de saúde do militar, segundo a Marinha, é estável. Quatro homens estavam no alojamento quando houve um incêndio, provocado possivelmente por uma pane elétrica. Apenas dois militares conseguiram sair do local e acionar o sistema de segurança. O caso foi controlado e as avarias provocadas pelo fogo não prejudicam o funcionamento do porta-aviões. A Marinha já instaurou Inquérito Policial Militar para investigar o acidente e peritos foram para a Ilha das Cobras, onde está a embarcação .Família de marinheiro baiano morto em porta-aviões ainda não foi informada sobre liberação do corpo
Alguma coisa anda errada com o porta-aviões São Paulo, ex-Foch quando servindo à França, nau capitânea da esquadra brasileira. Os comunicados lacônicos da Marinha sobre o incêndio em nada ajudam a esclarecer coisa alguma.Marinha precisa explicar incêndio em porta-aviões
Construído na França entre 1957 e 1960, o vaso serviu à Marinha da França como porta-aviões da Classe Clemenceau sob o nome "FS Foch", uma homenagem a Ferdinand Foch, comandante das tropas aliadas durante a Primeira Guerra Mundial. Este porta-aviões e a própria transação que lhe importou  são marcados por infortúnios. FS Foch acompanhou a pouco recomendável missão francesa que liquidou com grande parte da fauna e da flora polinésia, contaminando ainda enorme área dos magníficos mares do sul::
Numa das mais emblemáticas campanhas da Greenpeace, contra os ensaios nucleares franceses no atol de Moruroa, Polinésia Francesa, um dos segredos dos activistas a bordo do navio Rainbow Warrior II foi passar os comandos do barco para um posto de vigia, decorando as janelas da ponte de comando com fotografias nas janelas do então presidente francês Jacques Chirac, pró-nuclear. A primeira bomba nuclear francesa explodiria na Polinésia Francesa.em 6 de Setembro de 1995, associada a um sismo de 7,4 na escala de Richte
Faceiros parceiros
Malgrado medíocres, FHC e JRC foram contemporaneamente  eleitos e reeleitos. Tal qual Hitler & Mussolini, Perón & Getúlio Vargas, Franco & Salazar, eles formaram proveitosa parceria.  
O presidente Fernando Henrique Cardoso classificou a eleição do presidente francês Jacques Chirac como uma vitória da democracia. Em carta enviada a Chirac, reeleito ontem, Fernando Henrique disse que o povo francês 'deu mostra inequívoca de sua determinação em preservar os valores que lhe são inatos: da tolerância e do pluralismo'. Agência Brasil, 06/05/2002
Os dois nasceram no raiar da década dos ditadores. FHC em 1931, ano subsequente ao golpe perpetrado por Getúlio Vargas. Chirac é de 32. Ambos tinham mais em comum, especialmente suas razões.  E se tornaram bons parceiros de negócios. O primeiro, de nomeado Ministro da Fazenda elegeu-se como sucessor e depois traiu seu "padrinho", o presidente Itamar Franco corrompendo o Congresso para alterar a Constituição em seu favor. 
O subserviente da Sorbonne já chegava de braços abertos no Eliseu. 
Chirac retribuia dando  tapinhas de esquerda no traseiro  brasileiro. 
Chirac, nomeado Primeiro-ministro, por Giscard d'Estaing, igualmente tomou asas de Frankenstein.  Ao assumir, Chirac nomeou Alain Juppé Primeiro Ministro. Cada vez mais impopular, o governo enfrentou grandes greves no Inverno 1995-1996. Os francos se inssurgiam contra a reforma das aposentadorias particulares e o congelamento dos salários dos funcionários públicos, e principalmente diante da enxurrada de denúncias de corrupção contra o presidente. O Ministério Público investigou 481 casos protagonizados por Chirac durante década de 90.
Chirac e Juppé, presidente e primeiro ministro da França, afundam em um pântano de desemprego, problemas econômicos, corrupção político financeira e desânimo social. A globalização (os espanhóis chamam 'mundialização'), esse estranho fenômeno que obriga o desmantelamento do 'estado do bem-estar' e a viver pior e a sacrificar a política racional no altar de uma economia imprevisível, é a besta negra dos franceses e um autêntico maná para a ultra-direita. O fantasma da Europa
Em 2007 Chirac foi chamado ao Tribunal em função da irregular fusão de seu partido RPR com o UMP, de Nicolas Sarkozy, este que transa aviões a preço de espaçonaves com o Brasil, querendo o francês ainda empurrar helicópteros de transporte do tipo EC-725, e submarinos nucleares.
Justamente nesta semana o ex-presidente frances foi declarado culpado de corrupção. Chirac, 79 anos, é o primeiro chefe de Estado na França a ser condenado numa pena criminal desde a sentença emitida em 1945, por colaboração com os nazis, contra o marechal Philippe Petain. kitetas e kabuenhas: Jacques Chirac Neste particular FHC logrou melhor performance, Para  limpar as digitais, o sociólogo resolveu seu problema introduzindo o mensalão no Congresso Nacional. Alterada a Constituição, FHC selou o armário dos esqueletos.:
PRESIDENTE DO STF ANULOU AS AÇÕES DE IMPROBIDADE DO PROER. NUM DOS PROCESSOS EX-MINISTROS HAVIAM SIDO CONDENADOS. Na véspera de assumir a cadeira de presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes julgou um processo que repousava sobre sua mesa havia mais de dois anos. A causa envolvia duas ações judiciais contra ex-ministros do governo FHC. Entre eles José Serra (Planejamento e Saúde), Pedro Malan (Fazenda) e Pedro Parente (Casa Civil).Gilmar Mendes, ele próprio um ex-ministro da gestão tucana (Advocacia-Geral da União), mandou ao arquivo o par de ações que pesavam sobre os ombros dos ex-colegas de governo. Escorou-se num precedente aberto noutra sentença do Supremo. Sentença da lavra de Nelson Jobim, outro ex-ministro de FHC (Justiça), que passou pelo STF antes de assumir, sob Lula, o ministério da Defesa. http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/, 29/04/2008
Dilma deve se responsabilizar por ministros, diz FHC
O momento mais dramático do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ocorreu no dia 13 de janeiro de 1999... O então presidente do Banco Central, o economista Francisco Lopes, vendia informações privilegiadas sobre juros e câmbio – e uma parte de sua remuneração saía da conta número 000 018, agência 021, do Bank of New York. A conta pertencia a uma empresa do Banco Pactual, a Pactual Overseas Bank and Trust Limited, com sede no paraíso fiscal das Bahamas. Veja, 23/5/2001
A transa
Chirac não contava com tanta facilidade, ao contrário: sua reeleição era missão quase impossível, agravada a rejeição.pelas sete bombas atômicas sobre o oceano polinésio, e pelos problemas sociais ocasionados pela canhestra política. Uma Copa do Mundo em seu rincão vinha na hora certa. Vencê-la ocasionaria a glória a Chirac. E poderia lhe garantir, como de fato o foi, uma reeleição. Final dos sonhos: França x Brasil.  O Galo  se consagraria desfrutando um filet-mignon. Nosso goleador acusou surpreendente  distúrbio psíquico, os médicos lhe deram condições de jogo, e lá se veio o Esquadrão-de-ouro, tornado latão.  Jamais a Canarinho entrou tão mole em campo. No fim do jogo ninguém soube explicar o Mandrake de todo elenco. Quando alguém retorna o assunto, ouve-se apenas dissimulações.
O misterioso desmaio de Ronaldo antes da partida e seu fraco desempenho em campo são motivos para especulação até hoje. 'Queira ou não queira, aquele jogo ainda está na cabeça dos jogadores', diz o coordenador técnico da seleção brasileira, Mário Zagallo, que era o técnico da equipe derrotada pela França. www.dw-world.de, 30.06.2006 - Brasil x França: jogo de compadres?.
Pivô do maior vexame brasileiro de todos os tempos abraça carinhosamente o farsante lord protector da bobonne, sob o satisfeito olhar do impune presidente da CBF, incredulidade do supercrente evangélico Kaká. À direita, dois envergonhados players de medalhas no pescoço. Tudo certo. Missão cumprida.    
 O interesse da França e do Brasil em ampliar a cooperação militar influiu no preço do São Paulo. Um porta-aviões novo semelhante pode custar US$ 500 milhões. http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080324022835AAwVph3
Considerando especialmente o maucaratismo reinante entre os contratantes, a relação é óbvia: o novo Colosso dos Mares de Iracema veio em troca daquela Copa do Mundo. E pior do que JK, que atolou o país em dívidas e inflação e importou um porta-aviões do Velho Mundo para imprimir o nome de seu estado natal, Minas Gerais,  FHC cometeu a peculiar, quase imperceptível estultice de rebatizar o troféu francês - estupendo vaso-de-guerra - com o nome do santo, sequer consultando a Santa Sé, detentora da marca.. Pobre são Paulo, santo nome em vão, virado pau a toda obra!

Presidente da CBF Ricardo Teixeira demonstra ao deputado líder do governo federal e organizador da copa 2014 e para seleta platéia sua habilidade em negociar ótimos contratos. Menos, pilantra, menos. Se o declarado for verdadeiro, ele corresponde apenas a ridículo percentual frente ao que o franco aufere: França tem  mesmo patrocinador, pero contrato de R$ 715 mi
Seleção Olímpica troca escudo da CBF pela bandeira do Brasil

Sob intenso bombardeio,  denunciado por todos os quadrantes, o corrupto genro de  João Havelange está a um passo da eternidade.
Teixeira vê tio como 'indutor de rebelião' contra ele na CBF
Há anos, Ricardo Teixeira se vê envolvido em denúncias que vão desde importação irregular de equipamentos para um choperia de sua propriedade, até contratos lesivos à entidade com os patrocinadores e fornecedores de material da seleção. O dirigente já foi o pivô de duas comissões parlamentares de inquérito e diz sempre que nada foi provado contra ele. Luciano Borges Blog: Cansado de ser vilão, R. Teixeira continua dando as cartas na CBF
Resiste por chantagista. Posto há muito no ágape,  sabe tudo das falcatruas que comprometem empresas patrocinadoras, e até mesmo vários outros chefes-de-estado.  As águas de março hão de levá-lo de roldão. Senão, periga até mesmo a Royal Navy ligar seus motores. Fernando Noronha periclita. Em que ponto do Atlântico poderíamos deter a fabulosa esquadra com nosso heróico "navio-aeródromo"?

Na mosca, de novo:
Por voar na proa do tempo monitorada pela exuberante TriPulação, contando ainda com inúmeros radares e mapas identificadores,  a Nav's ALL sói antecipar  acontecimentos. Mais uma vez, com todo orgulho, confirma-se a certeza de suas predições, :

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 O malfadado troféu
 "Trabalhamos em um navio sucateado e velho, sem condições de navegar em segurança que se arrasta há anos em reparos sem apresentar resultados".
A Marinha tem dificuldades com a manutenção dos propulsores a vapor, usados para fazer o porta-aviões se mover, e com a rede elétrica.Faltam ainda peças de reposição e mão de obra capacitada para realizar consertos.Esses são apenas alguns dos fatores que colocam em risco a vida da tripulação, de cerca de 2.450 militares.Porta-aviões usado vira um problema ...
O primeiro acidente ocasionou a morte de três tripulantes (2005). Como causas, foram verificadas diversas deficiências que demandariam um período de manutenção prolongado no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O reparo não levaria mais de seis meses, mas a Marinha antecipou uma manutenção preventiva, que duraria dois anos.
Em outubro de 2007, parte dos reparos foi concluída, e o navio chegou a reiniciar as operações, mas o eixo propulsor direito apresentou problemas e precisou ser substituído. Segundo a Marinha, só essa operação consumiu mais de um ano. Os militares aproveitaram para modernizar a planta propulsora dos caças e revisar equipamentos. Cerca de R$ 80 milhões foram gastos na manutenção. O porta-aviões deixou o cais em meados de 2009, após quatro anos fora de operação. Durante este período, ficou no Arsenal de Marinha, no Rio. Em agosto daquele ano, ocorreriam as primeiras provas de mar do navio-aeródromo brasileiro desde que foi para o estaleiro, devido ao acidente em 2005. Após cinco anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos. As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar condicionado foi modernizado e ampliado. Três lançadores Simbad para defesa aérea estão operacionais. Voltou realizar testes fora da Doca. Em maio de 2010  uma enorme cortina de fumaça negra se ergueu próximo à Praza Quinze, no Centro do Rio de Janeiro, na área do I Distrito Naval, espraiando-se pela Baia de Guanabara e causando susto e apreensão em milhares de pessoas. A fumaça provinha de um “teste de máquina” do São Paulo, que passava por reparos. Na ocasião, em nota oficial, a Marinha informou que continuavam “as experiências de máquinas do navio-aeródromo São Paulo, iniciadas no ano passado  Em 2011, a embarcação retornou ao setor operativo e chegou a passar uma estadia no porto de Santos, onde ficou aberto à visitação. Passou um ano sob testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIASA), para ao cabo ser reincorporado a Marinha do Brasil 
“Ano passado, logo no cais, antes de o navio sair, houve incêndio a bordo. Mesmo assim, o comandante decidiu seguir viagem. No mar, ocorreram mais dois incêndios e alagamentos”, revela um militar.
Esperava-se ainda a volta de operações de lançamento e recolha de aeronaves de asas fixas, do Esquadrão VF-1, quando se abateu mais este acidente que vitimou o tripulante.  Segundo  o comandante da Marinha, almirante Júlio de Moura Neto, o país ainda pretende investir nele cerca de R$ 25 bilhões até 2014, Por certo fará parte das comemorações da Copa-do-Mundo 
O porta-aviões São Paulo continuará em atividade por, pelo menos, mais nove anos apesar dos acidentes que têm marcado sua trajetória com quatro mortes trágicas de tripulantes — três em 2005 e uma na última quarta-feira. O navio duramente criticado, inclusive por militares embarcados nele, divide opiniões no meio militar, mas ninguém aposta na aposentadoria antecipada do gigante.Mais nove anos de porta-aviões São Paulo
De quebra, o colosso aguarda ainda para este ano a aquisição das modernas aeronaves francesas para hospedar, equipamentos prometidos por preço camarada pelo mimoso camarada Sarkozy.
Lula e Sarkozy tornaram-se amigos de infância. A França que não se dá tão bem como gostaria com nenhum país emergente, encontrou o Brasil dando sopa.  RIBEIRO, A., Recordar é viver
Muy amigo. Dilma agora tem pressa de definir caça brasileiro 
A única diferença é que agora o Brasil tem dinheiro, muito dinheiro, e pode de fato adquirir os equipamentos. Quero dizer, seria mera coincidência eles comprarem tanto equipamento militar da França? Os franceses sabem como realizar subornos. Diplomacia compra de aviões seria 'aposentadoria' de Lula
Deve estar no DNA. franco. "A França só será campeã se enfrentar o Brasil" (MICHEL PLATINI, Lancepress, 25/12/2009)



sábado, 18 de fevereiro de 2012

Brasil & Mercosul 1 - A gestação

Justamente por localizado no extremo-sul do país, o Rio Grande do Sul conta apenas com a metade da potencialidade de circulação  da riqueza usufruida pelo restante do Brasil. Enquanto todos emitem e recebem ventos e consumidores de todos os quadrantes, o estado fronteiriço conta apenas com o norte para fomentar e escoar o que produz.  A denominada Mesorregião da Metade Sul do Rio Grande do Sul contém uma área  de aproximadamente 154.099 km², com 105 municípios fazendo fronteira com o Uruguai e a Argentina. Apesar de ocupar mais da metade do território do Rio Grande do Sul (54%), esta Metade possui apenas 25% da população e 18% do PIB gaúcho.  Quicá também por causa disso não somente a economia se tem deprimido, como até mesmo a população  tem diminuido. Eis um circulo-vicioso: a diminuicao de eleitores e poder economico acarreta o desinteresse dos politicos. As raízes do declínio econômico da “Metade Sul” do Rio Grande do Sul
Naturalmente espera-se que o Brasil e a América Latina consigam associar progresso e liberdade, recuperando, sem traumas, parte do atraso civilizatório em que se encontram. Mas é de toda conveniência examinar prognósticos que, pelo contrário, antecipam para a região uma permanente subalternidade, numa civilização de segunda classe. Wanderley Gulherme dos Santos, Não ao fracasso, in Veja 25 anos - Reflexoes para o futuro
A primeira vez que ouvi "Mercosul"  foi nos anos oitenta, na proposta do ex-Secretàrio do Trabalho do RS, ex-Senador e Ministro da Educacao  o pelotense Prof. Dr. Carlos Alberto Chiarelli*. Sua. Exa. assumiu o ministèrio porquanto "os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e o governo finge que controla".  Quando Secretário do Trabalho o dedicado Professor percebia que de nada adiantava a preocupação com os trabalhadores, eis que as ofertas e as condicoes de trabalho dependem, em primeiro-lugar, da viabilidade de escoamento da equivalente producao. E escoamento  não quer dizer apenas ampliacao ou manutencao de estradas, infraestrutura portuaria,  telecomunicações etc. Isso tudo somente é mister, óbvio, caso haja  mercado consumidor disposto a pagar o preco dos produtos proporcionados pelos trabalhadores. Nada disso é questao de Direito Constitucional, Internacional, ou do Trabalhador. Sequer depende de vontade política. É apenas questáo de conveniência. De comércio entre os povos, não entre governos.  Pois a criação do Mercosul  se deve  a preocupação do ex-Senador com sua outrora opulenta Pelotas, e de resto com o Rio Grande do Sul.
Onde existe crescimento econômico, estão também emergindo mais formas de governo de livre mercado - uma aceitação do fato de que as pessoas, e não a determinação política, criam a oportunidade econômica. NAISBITT, J., Paradoxo global: 265
O livre-trânsito de mercadorias e pessoas vizinhas ensejaria desenvolver as potencialidades  comerciais, turísticas, mesmo industriais, agrícolas, mercantis, artísticas, e culturais, sem prejuízo ao Brasil, muito menos a los hermanos, claro.
Biblioteca Pública da cidade de Pelotas, RS
Museu Dom Diogo de Souza, Bagé, RS
No tratado de livre-comércio e integracao cultural - Tratado de Assunção  de 26 de março de 1991 - iniciou-se o Mercosul, auspícios de Argentina,  Brasil, Paraguai e Uruguai. A partir de 1 de janeiro de 1995, a zona anunciou união aduaneira, na qual todos os signatários poderiam cobrar as mesmas quotas nas importações dos demais países (tarifa externa comum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiriram o status de associados O ingles viu. O pelotense e os 105 municípios, contudo, nem isso. E Montevideo sequer imagina quão deliciosos são os docinhos de Pelotas.
Qué hacemos con el Mercosur
Até mais.  
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* Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Pelotas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pós-graduação nas universidades de Madri, Roma e de Colônia, na Alemanha, e doutor em Direito do Trabalho pela UFRGS, Chiarelli é advogado e professor universitário, exerceu vários cargos técnicos e administrativos em instituições de ensino, no município de Pelotas, no governo do Estado do Rio Grande do Sul e no Governo Federal. Foi Senador, eleito em 1982. Nos anos 1990, ocupou o cargo de ministro extraordinário para Assuntos de Integração Latino-Americana.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O engatinhar da civilização


Quando moço, esse Deus do Oriente era ríspido e estava sedento de vingança: criou um inferno para deleite dos seus prediletos. Por fim, fez-se velho e brando e terno e compassivo, assemelhando-se mais a um avô do que a um pai, e até mais a uma avó decrépita. NIETZSCHE, F., Assim falou Zaratustra

Para falar a verdade, olhando a religião como um modo de acorrentamento da caverna de Platão, não se pode deixar de pensar que a humanidade como um todo tem uma certa tendência a gostar de ser mantida acorrentada na ignorância. BELLI, M. O Mito da Caverna de Platão e o Paradigma da Representatividade
Zaratustra denunciou a perversão pela qual a civilização ainda é traída. Ela se submete docilmente, mas uma doçura adjacente da mais falsa humildade. A ambição desmedida exige a mentira, mas o medo ainda mais, de modo que um mente ao outro.  "A ideologia cria uma 'falsa consciência' sobre a realidade que visa a modo de suprir , morder e reforçar e perpetuar essa dominação"(Wikipédia)
Os criadores de Deus bem introduziram na mente de todos que sua Entidade é a tudo e a todos superior, e assim, a precos módicos,  vem conduzindo mansamente a quase totalidade do globo. "O Demiurgo de Platão, o grande arquiteto cósmico, transformou-se no Deus cristão de Copérnico." (GLEISER, M., Criação Imperfeita: 54) A pessoa não tem a menor idéia como seria tão inimaginável poder, mas finge que acredita, assim enganando quem lhe rodeia, o qual se mostra de plano fiel a esses mais tradicionais preceitos, já lapidados já por milênios. Todos os fatos, narrativas, ou abodagens que pude constatar, nenhum deles destoa: a religião comete um pecado inimaginável, capital, sim, por decapitar todos os cérebros  em troca seu mais do que simplório artifício. A civilização vem levada a crer que existe o livre-arbítrio, e assim ela é embretada entre o certo e o errado, o que pode, e o que não pode, O fundamento distintivo vem tratado no âmago do ser humano: a alma, divina; o corpo, mundano. Eis a luta travada em maior ou menor intensidade por cada um de nós. As coisas do mundo, por pecaminosas, precisam ser contidas, e a história mostra com clareza ao que leva os pecados capitais muito bem elencados pela grei eclesiástica. Ela própria é exemplo e testemunha, nas fulgurantes participações primeiro do crápula Constantino, quiçá a performance mais brilhante de um poder imbuído de forças sobrenaturais, porque mentirosas, e por isso o absurdo foicapaz de engolfar um povo inteiro, ora quase o globo inteiro. E depois pelos papas renascentistas, os floridos florentinos treinados por Maquiavel. Pois o livre-arbítrio existe justamente para ao se designar o nefasto a massa seja conduzida ao bem do introdutor, não dela, massa, propriamente dita. Ela não vem ao caso, e assim o Ocidente vem empacotado.
Entre uma centena de cientistas que tem a coragem de enfrentar o monstro criado, e o São Jorge louvado, e sei lá quantas trilhões de pessoas que já passaram pela face da Terra é óbvio que o cotejo tem vencedor antes de entrar em tela, de modo que sendo uma questão de crença, e não de ciência, cada qual deve cultivar a sua. Apenas um detalhe: nenhuma crença é sua, porquanto ninguém  alcança tamanha imaginação. Para emulá-la inventou-se o Paraíso, e cada um tem o seu, de modo que fecha. 
Estamos no XXI, o da Maioridade, mas a civilização prefere permanecer engatinhando. Afinal, foi assim que ela começou a usufruir o mundo, e chegou até aqui. Apresenta-se, pois, desta feita ainda mais infantil, por alienada, Que adianta trilhões e trilhões a trilharem o mesmo rumo? Neste caso bastaria Adão e Eva e fim!
Mas, dizia, ainda na adolescência fora alertado, de modo que facilmente me livrei desses barbantes. O mesmo não se sucedeu, entretanto, com relação ao seu desdobramento cívico - a instituição da Lei, e da Justiça correspondente, já que a Divina é programada mais ao post mortem.
As primeiras histórias das instituições foram histórias do direito, escritas por juristas que com freqüência tiveram um envolvimento prático direto nos negócios do Estado. BOBBIO, N. 1987: 54
Pois os criadores de Deus não seriam os mesmos artífices? Por acaso, sim! Não viso enquadrá-los, todavia, neste instante. Mister discorrer sobre os dois temas - o segundo demonstrado quase que matematicamente como expressão do primeiro. Seria o Direito também dispensável? Uma sociedade que se afirma civilizada poderia se manter desprovida das amarras religiosas, e, para completar, fora de um Estado de Direito? Estado de Direito, a meu ver, são todos constituídos.  Em Cuba não se pode dizer que haja Estado de Direito; no entanto, a Nação cumpre as leis impostas, de modo que para os cubanos não só há o direito, como sérias penalizades para quem ousar desdenhá-lo, tanto quanto na Venezuela do companheiro Chávez.
Com efeito, hoje sabemos que o direito está imerso numa atmosfera ideológica e a teoria geral do direito, empenhando-se em abstrair este aspecto do direito, só pode falsear as perpectivas e, com isso, fica, por sua vez, sujeita à acusação de ser mais ideologia do que ciência. PERELMAN: 621
Os criadores do Direito introduziram na mente de todos que Leviathan deve ser superior a qualquer cidadão. Cabe-lhe, pois, definir ao incauto o que deve fazer, e o que não deve. 
Em termos religiosos, este tratamento do indivíduo, considerado simplesmente como parte da comunidade, é uma negação da relação pessoal entre a alma e Deus e uma substituição do culto de deus por um culto da comunidade humana - o Leviathan, isto é, a repulsa ao isolamento que está onde não devia estar. O culto do Leviathan é uma enormidade moral, (no sentido de um grande absurdo ou de uma anomalia moral) mesmo em sua forma mais nobre ou suave TOYNBEE, A.,Estudos de História Contemporânea - A civilização posta à prova : 219. 
Para Michaël Zöller, sociólogo alemão da universidade de Bayreuth, o que se chama de Estado é certamente um sistema de interesses pessoais organizados, uma Nova Classe. Como todos nós, sua ambição é aumentar a remuneração e a autoridade. Como classe, ocupam-se, pois, a desenvolver seus poderes, suas intervenções e sua parte no mercado, isto é, a apropriação pelo setor público dos recursos nacionais, operada através do imposto sobre a sociedade civil. SORMAN, G. :74
Temos trabalho dobrado pela frente:  
O terceiro princípio vital para a política do amanhã visa a quebrar o bloqueio decisório e colocar as decisões no lugar a que pertencem. Isso, que não é simplesmente um remanejamento de líderes, e o antídoto para a paralisia política.É o que chamamos de ‘divisão de decisão’. CHARDIN, Teilhard, cit. FERGUNSON, N.: 48